Jornal de Angola

Negado recurso de Trump para impedir acesso a documentos

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Um tribunal federal dos Estados Unidos decidiu, na quinta-feira, negar o recurso apresentad­o pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump para manter secretos documentos da Casa Branca sobre o assalto ao Capitólio.

Na decisão, com 68 páginas, os juízes escreveram que Trump “não deu ao tribunal nenhuma base para anular a decisão do Presidente Biden”, permitindo que os Arquivos Nacionais dos Estados Unidos entreguem documentaç­ão à comissão de inquérito ao ataque.

Trump tinha invocado um alegado “privilégio do Executivo” para reclamar que as centenas de documentos, contendo informaçõe­s sobre o que se passava na Casa Branca enquanto o assalto ocorria, não fossem transmitid­os à comissão de inquérito.

A decisão representa um novo revés para o antigo Presidente

norte-americano, que em 18 de Outubro tinha pedido ao Tribunal Federal de Washington que impedisse a transmissã­o dos documentos, com o tribunal a decidir contra Trump, em 10 de Novembro.

Nessa altura, o tribunal considerou que “a posição [de Trump] de que pode sobrepor-se à vontade expressa do poder executivo parece basear-se na noção de que o seu poder existe em perpetuida­de”. “Mas os Presidente­s não são reis, e o queixoso não é Presidente”, acrescento­u.

Os advogados do antigo Presidente deverão recorrer novamente para o Supremo Tribunal, com seis dos nove juízes nomeados pelos Republican­os, incluindo três por Trump, para tentar impedir a transmissã­o dos documentos à comissão pelo Arquivo Nacional, autorizada pelo actual Presidente, Joe Biden, no início de Outubro.

Donald Trump pretende impedir a divulgação de mais de 770 páginas, incluindo o diário da Casa Branca, um registo de actividade­s, viagens, 'briefings' e chamadas telefónica­s.

Outros documentos que o ex-presidente não quer que o Congresso veja incluem um memorando manuscrito sobre os acontecime­ntos de 6 de Janeiro e um esboço do seu discurso no comício “Save America”, que precedeu o ataque.

A comissão de inquérito ao assalto ao Capitólio foi iniciada pela presidente da Câmara dos Representa­ntes, Nancy Pelosi, e é composta por uma maioria de democratas do Congresso e apenas dois republican­os, Liz Cheney e Adam Kinzinger, que estão em desacordo com Donald Trump.

Nancy Pelosi felicitou a decisão de quinta-feira, afirmando que “ninguém deve ser autorizado a criar obstáculos à verdade”.

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