Empresas falham contribuições nas zonas de exploração de granito
O administrador municipal da Chibia, província da Huíla, Sérgio da Cunha Velho, denunciou, ontem (terçafeira), o incumprimento das empresas que exploram granito negro no pagamento das contribuições legalmente estatuídas na lei.
Sérgio da Cunha Velho, que prestou a informação ao Jornal de Angola, à margem do donativo alimentar feito pela Miss Huíla às crianças desfavorecidas da comuna do Jau, explicou que a Chibia não recebe “absolutamente nada” dos fundos que resultam da exploração do granito e rochas ornamentais feitas localmente por diversas empresas.
Esclareceu que, de acordo com a lei, o município da Chibia teria direito de 5,0 por cento de tudo que é vendido interna ou externamente, mas nunca recebeu algum centavo.
Na vertente da responsabilidade social, acrescentou, maior parte das empresas que exploram granito negro na Chibia não cumprem com tal desiderato. “Temos que fazer um pressing sobre essas mesmas empresas e ao Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, no sentido de cumprir-se com o que está estatuído, para poder minimizar algumas carências com que se debate a população, principalmente, no sector das águas, educação e saúde”, referiu. Informou que 13 empresas exploram rochas ornamentais e granito negro nas localidades de Tchikuatite, comuna da Quihita, e na sede municipal.
Sérgio da Cunha Velho afirmou que são centenas de metros cúbicos que saem da Chibia e sem nenhum benefício para o município.
A maior parte do granito explorado na Chibia, esclareceu, sai em forma bruta. Contudo, assegurou já existir algumas empresas transformadoras localmente.
“A nossa opinião é que o granito saia já transformado, pois isso constitui valor acrescentado à indústria”, reconheceu.
Foram convidados os empresários interessados a explorar granito negro na Chibia, porquanto há espaços para investir, bastando, para tal, o cumprimento da lei.
Donativo valioso
O administrador mostrouse satisfeito com o donativo ofertado pela Miss Huíla 2021/2022. Disse que além das papas, o município recebeu uma oferta de um furo de água, a ser instalado numa zona de maior carência.
Por outro lado, reconheceu a carência de bens alimentares existentes, devido à seca.
“Ainda há muita precariedade nas famílias. É pertinente o projecto Kwenda, uma das formas adequadas para ajudá-las”, assegurou.