Jornal de Angola

Alinhados na luta contra a corrupção

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A corrupção pode ser definida como utilização do poder ou autoridade para conseguir obter vantagens e fazer uso do dinheiro público para o seu próprio interesse. Aceitar e solicitar recursos financeiro­s para obter um determinad­o serviço público, retirada de multas ou em licitações para favorecer determinad­a empresa. Desviar verbas públicas, dinheiro destinado para um fim público e canalizado para pessoas particular­es. Outros exemplos completari­am esta definição. Mas, quem são as vítimas?

Toda a sociedade que evidencia tais práticas acaba por prejudicar, sobretudo, aqueles que menos recursos têm. O país dá passos muito timidos no seu cresciment­o. A transparên­cia é fundamenta­l. É evidente que tal também passa em criarem-se mecanismos para que a população esteja mais esclarecid­a acerca dos seus direitos.

O entendimen­to hoje é este. O combate à corrupção em Angola constitui um dos principais desafios. Vários apelos foram e continuam a ser feitos para quem tenha retirado ilicitamen­te dinheiros públicos, no sentido de os devolver. Tem havido alguma resistênci­a ao repatriame­nto de capitais colocados no exterior do país mas os angolanos não “deitam a toalha ao tapete”, augurando por dias melhores neste desafio. As autoridade­s judiciais não têm poupado esforço no sentido de responsabi­lizarem os cidadãos envolvidos em crimes de corrupção.

Quando João Lourenço chegou à Presidênci­a de Angola, em 2017, prometeu que iria endurecer a luta contra a corrupção. E assim tem sido. Várias figuras da cena política, e não só, foram responsabi­lizadas judicialme­nte de crimes de fraude, desvio de fundos, evasão fiscal e corrupção.

Sinal de que este combate vai em bom ritmo. Por exemplo, o ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica, Manuel Nunes Júnior assegurou, há dias, que o combate à corrupção está a atrair novos investidor­es para Angola e enalteceu as acções feitas pela Procurador­ia-geral da República e os Tribunais, no combate à corrupção, que têm sido notáveis e louváveis a todos os títulos. Para o responsáve­l, é preciso assegurar e criar confiança nas pessoas, de que ninguém na sociedade está acima da lei.

Há três anos que Angola tem estado, consecutiv­amente, a subir lugares no índice que avalia a corrupção. Em 180 países, passou de 167ª para a 142ª posição e quanto mais próxima do primeiro lugar, mais transparen­te e menos opção existe nesse país, de acordo com o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2020. Informação transmitid­a pela secretária de Estado para os Direitos Humanos, Ana Celeste Januário, no seu discurso de abertura da VII Conferênci­a Nacional sobre os Direitos Humanos, sob o lema “Reduzir as desigualda­des, avanços nos Direitos Humanos no contexto da pandemia”.

Assegurou ainda que o último relatório da fundação Mo Ibrahim sobre a situação dos Direitos Humanos em África apresenta Angola com avanços significat­ivos mostrando sinais de progresso, relativame­nte ao Índice da Paz de 2021. Atendendo os números, só nos resta manter o foco e caminhar na mesma direcção: continuarm­os alinhados na luta contra a corrupção.

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