Ponte do Kamorteiro reaberta ao tráfego
Distrito de Talatona encurta a distância com os bairros Dangereux e Patriota, tornando a circulação com a Avenida Fidel Castro mais fácil e a Ponte Molhada descongestionada
AGENTES DA POLÍCIA INTERROMPEM FESTA DA COMUNIDADE RASTA
O concerto comemorativo da AMORA- Associação do Movimento da Ordem Rastafari de Angola, que decorria, sábado, no Hotel Globo, em Luanda, foi interrompido antes das 22 horas por dois agentes da Polícia Nacional, alegando denúncia de desordem. De forma ordeira, os membros da comunidade Rasta e do Cantinho da Jamaica, os promotores do evento, questionaram a dupla de agentes, que, numa primeira fase, intimidavam, alegando que receberam uma chamada de moradores.
Quando levantadas questões relacionadas ao Decreto que permite a realização de espectáculos musicais até às 22 horas, os agentes permitiram que o concerto continuasse, mas, por unanimidade, mas os membros da comunidade Rasta não aceitaram. Depois de apurar junto ao comandante da 4ª Esquadra, Nestor Goubel, o porta-voz da Polícia, afirmou que os agentes não interromperam a festa, mas aconselharam a baixar o som. Realçou que em nenhum momento o tratamento da Polícia foi discriminatório. Confrontado pelo facto da intervenção policial ter sido antes das 22 horas, justificou que a atitude foi meramente pedagógica e que os organizadores deveriam esperar o dia 15 de Dezembro, a partir do qual entra em vigor o Decreto que permite a realização de eventos culturais até à meia noite.
O evento realizou-se no âmbito do 10 de Dezembro, data em que, em 2003, a AMORA foi reconhecida oficialmente, em Diário da República. O 10 de Dezembro é considerado, também, Dia Internacional dos Direitos Humanos. A festa interrompida foi o culminar de uma jornada de celebração dos dezanove anos de legalização junto às autoridades angolanas. Começou com campanha de limpeza entre a Mutamba e o Hotel Globo. A presença de membros da comunidade Rasta de forma organizada em Angola começa a ser notória com a abertura democrática. A primeira geração teve sérios problemas de inclusão social, sendo negado o acesso a muitas instituições e serviços.
A ponte do Kamorteiro, sobre o rio Cambamba, no município de Talatona, em Luanda, que tinha sido destruída, parcialmente, devido às chuvas de Abril deste ano, foi reaberta, ontem, à circulação automóvel.
A ponte, que esteve interdita por cerca de oito meses, liga o Distrito de Talatona aos bairros Dangereux e Patriota e facilita a circulação para a Avenida Fidel Castro, bem como desafoga o tráfego da Ponte Molhada.
O secretário de Estado do Ordenamento do Território, Molares de Abril, que fez a reabertura da ponte, garantiu que a infra-estrutura está em condições de dar conforto aos cidadãos e facilitar a mobilidade.
Molares de Abril acrescentou que os trabalhos foram realizados em duas vertentes: repor as condições da circulação na ponte, com um novo pavimento, e resolver os problemas de erosão de solos. “A ponte está em condições de ser utilizada sem constrangimentos”.
Os trabalhos, referiu, duraram três meses e ficaram orçados em 1,3 mil milhões de kwanzas.
Ontem, foi, igualmente, aberta a via Talatona/patriota, reabilitada no âmbito das obras sob a responsabilidade da Direcção Nacional de Obras de Engenharia.
Na ocasião, o vice-governador de Luanda para Área Técnica e Infra-estruturas, Cristino Mário, disse que foi com muita satisfação que o Governo Provincial presenciou a reabertura da ponte sobre o rio Cambamba (ponte do Kamorteiro) e a abertura da rua que liga o Talatona ao
Patriota. O governante referiu que a ponte e a rua vão melhorar a mobilidade em Luanda, admitindo que os munícipes já sofreram muito com a sua inoperacionalidade.
Em relação à manutenção, assegurou que vai ser feita regularmente, com um trabalho bem estruturado e acções definidas.
"Muito trabalho já foi feito nas vias terciárias e secundárias, para melhorar a mobilidade na cidade. O foco é continuar a trabalhar para apoiar as vias estruturantes", disse.o vice-governador anunciou que o Governo Provincial está empenhado em melhorar as estruturas em todos os níveis, no sentido de organizar e pôr em funcionamento as acções de manutenção de todos os serviços, não só das estradas, como também da iluminação pública.