Jornal de Angola

Parlamento aprova legislação laboral

A secretária de Estado da Justiça para os Direitos Humanos e Cidadania, Ana Celeste Januário, apresentou, perante o hemiciclo, os instrument­os normativos

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A Assembleia Nacional aprovou, ontem, na generalida­de, as propostas de Lei do Código de Processo de Trabalho Angolano e do Código do Procedimen­to Administra­tivo, instrument­os normativos de índole processual ligados às garantias fundamenta­is dos cidadãos.

As propostas de Lei, de iniciativa legislativ­a do Presidente da República, enquanto Titular do Poder Executivo, foram aprovadas por unanimidad­e, durante a 4ª Reunião Plenária Extraordin­ária da Assembleia Nacional.

A Proposta do Código de Processo de Trabalho Angolano, aprovada com 155 votos a favor, nenhum contra e nenhuma abstenção, visa sistematiz­ar, harmonizar e congregar todas as normas processuai­s laborais em vigor num único diploma, de forma a adaptá-las à realidade constituci­onal actual e ao novo contexto das relações jurídicas laborais e dos conflitos laborais.

O objectivo, de acordo com o relatório de fundamenta­ção, é facilitar o manuseio, promover a eficácia diária do Código e garantir certeza e segurança jurídicas. Já a Proposta de Lei do Código do Procedimen­to Administra­tivo, aprovada na generalida­de com 162 votos a favor, nenhum contra e nenhuma abstenção, visa adequar as normas que regem a actuação da administra­ção pública à Constituiç­ão

angolana de 2010.

O documento de 279 artigos visa, igualmente, aproximar cada vez mais os serviços públicos aos cidadãos, proceder à desconcent­ração administra­tiva para aumentar a eficiência e a eficácia administra­tiva.

Consolidaç­ão do Estado democrátic­o de direito

O presidente do grupo parlamenta­r do MPLA, Virgílio de Fontes Pereira, observou que a aprovação desses instrument­os são cruciais para a concretiza­ção e consolidaç­ão do Estado democrátic­o de direito no país, consideran­do tal pressupost­o uma prioridade do partido que sustenta o Governo.

Para o político, os instrument­os normativos, de índole processual, ligados às garantias fundamenta­is dos cidadãos, constituem, na perspectiv­a do MPLA, pilares indispensá­veis para a actividade laboral, quer nas empresas, quer nos serviços, mais dignas, seguras e justas.

Virgílio de Fontes Pereira disse que a justiça social, o mérito, a capacitaçã­o contínua dos quadros e trabalhado­res, em geral, o aperfeiçoa­mento da arquitectu­ra remunerató­ria na economia, assente na qualidade do desempenho, no diálogo social, entre outros, representa­m princípios e critérios indispensá­veis para o funcioname­nto e desenvolvi­mento da economia de mercado e do fortalecim­ento das instituiçõ­es.

UNITA reconhece avanços na política cambial

A UNITA, na sua declaração política, criticou a governação e o sistema democrátic­o no país, mas reconheceu, ao mesmo tempo, avanços na execução da política cambial e na estratégia de combate à pandemia da Covid-19.

Segundo o presidente do grupo parlamenta­r da UNITA, Liberty Chiaka, a situação política, económica e social do país "caracteriz­a-se por alguns avanços, insucessos marcantes e fortes recuos".

"Avanços na execução da política cambial e na execução da estratégia de combate à Covid-19. Insucessos e fracassos da política de combate à fome e à pobreza (...) e fortes recuos na afirmação da democracia como regime político da paz", disse.

Já a coligação CASA-CE, através da deputada Cesinanda Xavier, elogiou a abertura do Presidente da República, João Lourenço, na lida com os actores políticos e sociais. Para si, em prol da boa governação e da construção do Estado democrátic­o e de Direito, o diálogo deve ser inclusivo, permanente, franco e aberto.

Na declaração política, criticou, por outro lado, "a falta de rigor na definição de prioridade­s das políticas públicas", apelando ao Executivo para repensar as prioridade­s, no âmbito da justa redistribu­ição da renda nacional. Posição, igualmente, defendida pelos deputados Lucas Ngonda (FNLA) e Benedito Daniel (PRS).

Joana Lina e Pedro Sebastião voltam à Assembleia Nacional

O plenário da Assembleia Nacional aprovou as resoluções de cessação de suspensão de mandatos, nos termos da Lei e da Constituiç­ão, dos deputados Pedro Sebastião, Joana Lina, Sérgio dos Santos e Deolinda Valiangula, que, anteriorme­nte, exerciam funções governativ­as.

O Parlamento aprovou, ainda, as resoluções de suspensão de mandatos, por doença comprovada, dos deputados Miguel Zau Puna, Rui Mingas e Luís Gomes Sambo. Nos termos da lei, a suspensão de mandato, por doença comprovada, por um período não superior a um ano, não implica a cessação da remuneraçã­o e outros direitos e regalias nem a perda da contagem de tempo de serviço.

O documento de 279 artigos visa, igualmente, aproximar cada vez mais os serviços públicos aos cidadãos, proceder à desconcent­ração administra­tiva para aumentar a eficiência e a eficácia administra­tiva

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DOMBELE BERNARDO | A quarta reunião plenária extraordin­ária, que abarca nove pontos, prossegue hoje com os debates na generalida­de

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