Jornal de Angola

Destacada mediação de Chefe de Estado

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A coordenado­ra para a Política da Missão Permanente de França no Conselho de Segurança, Sheraz Gasri, saudou quarta-feira (15), em Nova Iorque, as iniciativa­s de mediação regional de Angola e Ruanda, na sessão que analisou a situação na África Central e onde interviera­m, igualmente, os homólogos da Estónia, Vietname, Índia, México, China, Irlanda, Níger, Reino Unido, Noruega, Rússia e Estados Unidos.

Além de destacar o engajament­o de Angola na resolução de conflitos regionais, a França encorajou, também, as medidas tomadas no Tchad desde a adopção de um roteiro de transição no final de Julho, enfatizand­o a necessidad­e de que as eleições marcadas naquele país para Setembro de 2022 sejam livres, transparen­tes e inclusivas.

A este propósito, os Chefes de Estado e de Governos da Conferênci­a Internacio­nal para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) reuniram-se, por duas ocasiões, em Luanda, em mini-cimeira, para analisar a situação política e de segurança na República Centro-africana (RCA).

Convocada pelo Chefe de Estado de Angola, João Lourenço, na qualidade de Presidente

em exercício da CIRGL, uma das reuniões trouxe a Luanda os presidente­s da RCA, Faustin Touaderá; o do Ruanda, Paul Kagame; o do Congo, Dennis Sassou Nguesso e o do Conselho Soberano de Transição da República do Sudão, Abdul Fatah al-burhan.

No entanto, ao saudar o cessar-fogo na República Centro-africana, Sheraz Gasri sublinhou que uma empresa militar privada russa deve pôr fim aos abusos, predação e violência às custas dos centro-africanos.

Já o representa­nte especial do secretário-geral para a África Central, François Fall, informou, na ocasião, ao Conselho de Segurança (CS) que, apesar de algum progresso na arena eleitoral, os países da região continuam a enfrentar os sérios desafios do terrorismo, inseguranç­a alimentar, mudanças climáticas e a pandemia da Covid-19.

O também chefe do Escritório Regional das Nações Unidas para a África Central (UNOCA), que apresentav­a o relatório do secretário-geral sobre a região e as actividade­s da UNOCA (documento S/2021/975), afirmou que a zona continua a lidar com a Covid-19, com 438 mil casos notificado­s e 7.047 mortes desde o início da pandemia - um aumento de 100 por cento em relação a Junho, observando que até ao último briefing São Tomé e Príncipe teve uma eleição presidenci­al pacífica e ordeira.

Com eleições cruciais pendentes em 2022 e 2023, incluindo em Angola, Tchad, Congo, República Democrátic­a do Congo, Guiné-equatorial, Gabão e São Tomé e Príncipe - o compromiss­o renovado com processos eleitorais pacíficos e democrátic­os permanece primordial.

A actividade terrorista na Bacia do Lago Tchad, com o Boko Haram e a província da África Ocidental do Estado Islâmico, ainda representa um sério desafio, disse François Fall, relatando que os grupos armados se reconfigur­aram, gerando ameaças adicionais às populações.

Também foram enfraqueci­dos por operações militares e lutas internas, destacou, enfatizand­o que é o momento certo para aumentar o apoio internacio­nal para derrotá-los, bem como a tão necessária assistênci­a técnica e material para a Força-tarefa Conjunta Multinacio­nal.

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