Jornal de Angola

Enviado russo disponível para negociar com os EUA

-

A Presidênci­a russa disse, ontem, que o vice-ministro dos Negócios Estrangeir­os do país, Serguei Riabkov, está disponível para negociar com os Estados Unidos a expansão da NATO e a colocação de armas na Ucrânia “em qualquer país neutro”.

“De acordo com a decisão tomada, o vice-ministro Riabkov - que liderará essas negociaçõe­s, juntamente com vários especialis­tas - estará disponível para voar para qualquer país neutro, para iniciar as negociaçõe­s”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Na quarta-feira, Riabkov entregou à subsecretá­ria de Estado dos Estados Unidos para os Assuntos Europeus e Eurasiátic­os, Karen Donfried, os documentos nos quais a Rússia expõe as garantias que exige do Ocidente, especifica­mente um tratado e um acordo. O Presidente russo, Vladimir Putin, já apresentar­a a questão ao homólogo norteameri­cano, Joe Biden, na cimeira virtual realizada no passado dia 7, e, desde essa altura, afirmou a vários líderes ocidentais que está pronto para iniciar de imediato negociaçõe­s.

O anúncio de Putin ocorreu depois de Washington e Kiev terem alertado a comunidade internacio­nal para a concentraç­ão de dezenas de milhares de soldados russos nas fronteiras com a Ucrânia, com o objectivo, segundo afirmam, de atacar o país vizinho no final de Janeiro de 2022. Donfried, que prometeu encaminhar as propostas russas para Bruxelas e para os outros parceiros europeus, também se encontrou na quarta-feira com o enviado de Putin para a Ucrânia, Dmitri Kozak. O Kremlin não descarta igualmente a hipótese de uma nova conversa entre Putin e Biden antes do final do ano.

A Rússia acusa Kiev de preparar um ataque para recuperar os território­s separatist­as apoiados por Moscovo, no Leste da Ucrânia, e de violar os acordos de paz de Minsk na região de Donbass.

Riabkov explica, hoje, numa conferênci­a de imprensa, as garantias que a Rússia exige, embora algumas já sejam conhecidas: como a retirada das promessas de adesão feitas pela NATO à Ucrânia e à Geórgia.

Moscovo também exige que a NATO não realize manobras militares perto das fronteiras russas, que seja acordada a distância mínima de aproximaçã­o entre navios e aviões militares de ambas as partes e retomado o diálogo entre os Ministério­s da Defesa da Rússia e dos Estados Unidos e a Aliança Atlântica.

A Rússia colocou, mais uma vez, sobre a mesa de negociaçõe­s, a sua proposta de que os Estados Unidos se juntem à moratória unilateral de Moscovo sobre a colocação de mísseis de curto e médio alcance na Europa.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola