Fome aumenta com mais de 60 milhões de subnutridos
Pelo menos 69 milhões de pessoas no mundo árabe passaram fome em 2020, o que representa 15,8 por cento da população e um aumento de 91,1 por cento nas duas últimas décadas, informou, ontem, a Organização para Agricultura e Alimentação da ONU (FAO).
As pessoas desnutridas na região aumentaram 4,8 milhões em comparação com 2019, em grande parte devido à pandemia da Covid-19, indicou a agência das Nações Unidas num relatório.
A FAO assinalou que a fome não só aumentou nos países envolvidos em conflitos ou mais pobres, mas também em todas as outras nações da região.
Os dois países mais afectados continuam a ser a Somália - onde 59,5 por cento dos habitantes passam fome, com o Governo a enfrentar conflitos com insurgentes ‘jihadistas’ - e o Iémen - em guerra há sete anos e onde a fome atinge 45,4 por cento da população, adiantou.
Além destes casos graves, no ano passado, “cerca de 141 milhões de pessoas não tiveram acesso a alimentação adequada, ou seja, 10 milhões a mais do que em 2019”, refere ainda o relatório da agência da ONU.
A agência da ONU estima que a fome aumentou 91,1 por cento no mundo árabe nos últimos 20 anos e refere algumas consequências deste problema a nível sanitário: 20,5 por cento das crianças menores de cinco anos da região sofrem de nanismo e 10,7 por cento delas têm excesso de peso.
Esta questão da obesidade, em adultos, também é uma preocupação crescente no mundo árabe, com um aumento constante desde
2000, segundo a FAO, tendo atingido, em 2020, 28,8 por cento da população deste grupo, mais do que o dobro da média mundial, que é de 13,1 por cento.
Os países mais afectados são os mais ricos, liderados pelas nações da região do Golfo, com o Kuwait à cabeça, com 37,4 por cento da população obesa.