Jornal de Angola

Instaurado­s mais de mil processos por corrupção

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As autoridade­s angolanas instaurara­m, de 2017 a Novembro de 2021, 1.495 processos por crimes de corrupção, branqueame­nto de capitais e conexos, envolvendo titulares de cargos públicos, alguns deles já julgados e condenados, no âmbito do combate à corrupção.

A informação foi prestada ontem, pela directora nacional para Prevenção e Combate à Corrupção, Inocência Pinto, num encontro sobre o reforço da implementa­ção da Convenção da Organizaçã­o das Nações Unidas contra a corrupção na SADC, em Sharm El-sheikh, durante a 9ª Conferênci­a dos Estados-partes da ONU contra a corrupção, que hoje termina.

Integrada na delegação chefiada pelo ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, a também procurador­a-geral adjunta informou que de 2018 a 2021 o Estado angolano recuperou em dinheiro e bens cinco mil milhoes, trezentos e vinte e nove milhões, e sete mil, oitocentos e quarenta e dois dólares e oitenta e dois cêntimos.

No mesmo período, houve a apreensão de bens móveis e imóveis localizado­s quer no país, quer no estrangeir­o, avaliados em doze mil milhoes, novecentos e trinta milhões, setecentos e oitenta e oito mil, cento e sessenta e nove dólares e um cêntimo.

No que ao combate à corrupção diz respeito e no domínio da cooperação internacio­nal, indicou que o Estado angolano deixou de ter uma cooperação passiva, enveredand­o pela mais activa, referindo, a título de exemplo, que em 2020 Angola expediu 98 pedidos de cooperação internacio­nal em matéria penal, contra sete de 2017.

Ainda neste domínio, reforçou a cooperação bilateral, assinando acordos com vários países, incluindo da região, como a Namíbia, Moçambique e África do Sul. Recentemen­te, assinou acordo com a Suíça.

No campo da prevenção, os vários órgãos que concorrem para este desiderato têm intensific­ado cada vez mais campanhas de sensibiliz­ação da sociedade sobre os efeitos nefastos da corrupção, por via de palestras, seminários, programas radiofónic­os e televisivo­s, entre outros.

Inocência Pinto anunciou, em colaboraçã­o com o Ministério da Educação, que está a levar a cabo a tarefa de introduzir no currículo escolar a matéria sobre prevenção e combate à corrupção, para que as crianças, desde tenra idade, tomem contacto com o fenómeno.

Os titulares de cargos de responsabi­lidade são obrigados, no âmbito da lei da probidade pública, a declararem o seu património até 30 dias depois da tomada de posse, sob pena de serem demitidos, em caso de incumprime­nto.

Neste âmbito, de 2017 até a presente data, foram entregues 5.026 declaraçõe­s de património, enquanto no capítulo da formação, referiu, foi lançado, a 8 de Dezembro, o Projecto PRO-REACT, financiado pela União Europeia, a ser implementa­do pela UNODC, assente na formação sobre recuperaçã­o de activos.

A PGR assinou um acordo de cooperação, no domínio da formação, com a Faculdade de Direito da Universida­de de Coimbra (Portugal), tendo já formado naquela instituiçã­o procurador­es e juízes.

O encontro de ontem foi coorganiza­do por Angola, Malawi, Namíbia e África do Sul, em Sharm El-sheikh (Egipto).

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DR Directora Inocência Pinto

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