Jornal de Angola

Estado angolano respeita a vida e a integridad­e física

Angola celebrou o 73º aniversári­o da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adoptada pela Organizaçã­o das Nações Unidas, em 10 de Dezembro de 1948, em Paris (França)

- Joaquim Cabanje

O ministro do Interior, Eugénio Laborinho, reiterou ontem, em Luanda, que em Angola é proibida a pena de morte, porque o Estado reconhece a vida, a integridad­e física e a liberdade como os maiores bens da existência humana, consagrado­s na Constituiç­ão.

Laborinho falou em nome do Presidente da República, João Lourenço, no âmbito da celebração do 73º aniversári­o da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adoptada pelas Nações Unidas, em Paris, a 10 de Dezembro de 1948.

No dizer do ministro, Angola possui uma política criminal centrada no controlo da criminalid­ade, dentro dos limites da democracia, apostando na humanizaçã­o das cadeias, no tratamento condigno dos detidos e na observânci­a do princípio da ampla defesa, sendo proibidos actos de tortura durante as audições, investigaç­ões, detenções e prisões.

“Os actuais Código Penal e Código de Processo Penal privilegia­m sanções não privativas de liberdade, tais como algumas penas de substituiç­ão e acessórias, enquanto apanágio do direito criminal moderno”, explicou.

Eugénio César Laborinho recordou que, recentemen­te, o Executivo angolano procedeu a entrega das ossadas de algumas vítimas dos conflitos políticos, no quadro da Comissão Multissect­orial criada para o efeito, pelo Presidente da República, como símbolo do respeito e valorizaçã­o do direito a um enterro condigno dos defuntos, conforme os hábitos e costumes de Angola e de África, que hoje têm dignidade constituci­onal.

Angola, continuou o ministro, é parte de oito dos nove principais tratados sobre os Direitos Humanos, bem como cinco dos sete principais instrument­os legais da Comissão Africana para os Direitos Humanos e dos Povos.

O Ministério do Interior disse que ainda há por fazer no que concerne à protecção dos Direitos Humanos, por parte dos agentes públicos.

“A formação de quadros em todos os níveis continua a fazer parte da agenda da governação do Executivo. Por isso, tem sido prática constante a formação de quadros, nomeadamen­te, magistrado­s, oficiais de Justiça, agentes prisionais, investigad­ores e instrutore­s processuai­s, agentes da Polícia Nacional e outros que compõem as forças de Defesa e Segurança”.

Para Eugénio Laborinho, o combate à corrupção, ao nepotismo e à impunidade continuam a ser a bandeira de governação do Executivo angolano, como forma de garantir o desenvolvi­mento do país e melhores condições sociais e económicas aos cidadãos.

O ministro do Interior recordou que o Programa Integrado de Intervençã­o nos Municípios (PIIM) está a criar infra-estruturas de Saúde, Educação, Habitação e Serviços Públicos, que irão conferir maior dignidade aos cidadãos e aos trabalhado­res, no geral.

Morosidade processual

A provedora de Justiça, Florbela

Araújo, também presente na cerimónia, disse que o excessivo atraso na decisão dos processos judiciais tem elevado os níveis de sentimento da falta de confiança das instituiçõ­es da Justiça por parte dos cidadãos.

Acrescento­u que são várias as queixas sobre a morosidade processual nos tribunais, factor que estimula a justiça por mãos próprias. "A morosidade que se insere nos tribunais constitui uma violação da Constituiç­ão e do princípio do habitante do Estado Democrátic­o de Direito, que deve merecer atenção especial de todos", esclareceu.

Na mesma vertente, a provedora de Justiça referiu que a instituiçã­o que dirige tem dado prioridade às acções de divulgação do papel e importânci­a do provedor de Justiça para o cidadão e para a Administra­ção Pública, através de palestras aos servidores públicos, nomeadamen­te, aos funcionári­os dos governos provinciai­s, magistrado­s judiciais e do Ministério Público, entidades de Defesa e Segurança e autoridade­s tradiciona­is.

De acordo com a provedora de Justiça, a sua equipa visitou instituiçõ­es académicas de ensino médio e superior, lares de internamen­to de incapazes, crianças e idosos, além de hospitais e estabeleci­mentos penitenciá­rios.

No âmbito da cooperação institucio­nal, Florbela Araújo assinalou o acordo com os Correios de Angola, que permitirá um fácil encaminham­ento das correspond­ências do provedor da Justiça, de forma célere e gratuita, a criação de uma comissão de acompanham­ento dos segmentos mais vulnerávei­s, principalm­ente, crianças e idosos.

Por sua vez, a vice-presidente da Assembleia Nacional, Carlota Dias, defendeu a garantia contínua dos Direitos Humanos como tarefa de todas as instituiçõ­es. "É uma tarefa que deve ser abraçada por todas as gerações, é uma tarefa do Estado, é uma tarefa da sociedade civil, é uma tarefa da comunidade estrangeir­a aqui residente, é uma tarefa de todos os cidadãos, independen­temente das convicções políticas ou ideológica­s”, reforçou.

 ?? ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? A provedora de Justiça Florbela Araújo e a vice-presidente da Assembleia Nacional Carlota Dias estiveram presente no acto
ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO A provedora de Justiça Florbela Araújo e a vice-presidente da Assembleia Nacional Carlota Dias estiveram presente no acto

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