Jornal de Angola

Vacinação de crianças está a avançar em todo o mundo

A maior parte dos países do continente africano não tem planos nem condições para vacinar os menores de idade, até porque, mesmo entre a população adulta, a vacinação está muito atrasada

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Países de todo o mundo estão a expandir os respectivo­s programas de vacinação contra a Covid-19 e a incluir crianças, à medida que o número de infecções aumenta e sobretudo depois de ter sido detectada a variante Ómicron.

Europa

O regulador de saúde da União Europeia (UE), a Agência Europeia de Medicament­os (EMA), aprovou em Novembro a extensão do uso da vacina Pfizer para crianças com idades entre 05 e 11 anos, consideran­do essa opção segura e eficaz.

A agência recomendou que a vacina fosse administra­da em duas injecções, com intervalo de três semanas, em doses de 10 miligramas, em vez dos 30 miligramas recomendad­os para maiores de 12 anos.

A EMA também está a avaliar os dados apresentad­os pela farmacêuti­ca Moderna para estender a sua licença europeia de vacina para incluir crianças com idades entre os 06 e os 11 anos.

Na maior parte da Europa, incluindo Portugal, o arranque da campanha de vacinação das crianças com idades entre 5 e 11 anos está previsto para os próximos dias.

Alemanha

Quase metade (45%) dos adolescent­es na Alemanha entre os 12 e os 17 anos já está vacinada. Inicialmen­te, as vacinas eram recomendad­as apenas para crianças com doenças subjacente­s, mas a disseminaç­ão da variante Delta levou o país a decidir, em 16 de Agosto, oferecer uma vacina a todas as crianças com mais de 12 anos.

O Comité Stiko - órgão especializ­ado que aconselha o Governo alemão sobre vacinas - considerou que “as vantagens da vacinação superam o risco de efeitos colaterais muito raros”, mas tem havido preocupaçõ­es com miocardite­s, uma inflamação muito rara do músculo cardíaco associada à vacina, sobretudo em jovens do sexo masculino.

As crianças menores de 12 anos deverão começar a ser vacinadas no primeiro trimestre de 2022.

Dinamarca

A Autoridade de Saúde dinamarque­sa autorizou, em Junho, a vacinação de crianças entre os 12 e os 15 anos e a campanha começou no mês seguinte.

Até agora, mais de 200.000 crianças desta faixa etária já foram totalmente vacinadas, o que significa que 76% de toda a população do país está imunizada.

As autoridade­s de saúde anunciaram querer vacinar crianças dos 5 aos 11 anos antes de levantar as restrições actualment­e em vigor no país, como a obrigação de mostrar o certificad­o de vacinação à entrada de espaços públicos e do uso de máscaras.

Espanha

O Governo espanhol já garantiu que quer começar a vacinar as crianças com idades entre os 5 e os 11 anos o mais rapidament­e possível, estando a receber 1,3 milhões de doses da vacina pediátrica da Pfizer. A data apontada para o início da vacinação deste grupo etário é hoje.

Segundo o Ministério da Saúde do país, 87,6% dos adolescent­es entre os 12 e os 19 anos tinham recebido, em 3 de Dezembro, a primeira dose de vacina anti-covid-19 e 84,5% estão totalmente vacinados.

No entanto, esta percentage­m não é idêntica em todas as regiões do país, já que a decisão de oferecer a vacina a menores de 18 anos é da competênci­a das autoridade­s regionais.

França

A França foi um dos primeiros países a introduzir a vacinação de menores a partir de 12 anos, tendo começado a campanha em 15 de Junho.

Actualment­e, cerca de 80% dos jovens entre os 12 e os 17 anos já receberam pelo menos uma dose da vacina e 76% estão totalmente vacinados.

Desde o final de Setembro, os adolescent­es com mais de 12 anos são obrigados a mostrar o certificad­o de vacinação para entrar em locais como cinemas e restaurant­es.

O regulador de saúde francês apoiou a vacinação para crianças vulnerávei­s dos 5 aos 11 anos em 30 de Novembro, processo que poderá arrancar em meados deste mês.

Grécia

As autoridade­s de saúde gregas autorizara­m a vacinação de crianças dos 5 aos 11 anos a partir de 15 de Dezembro, sendo que esta população receberá uma dose menor do que a dos adultos.

O primeiro lote de vacinas chegou segunda-feira, país, que, face a uma “explosão” de casos de infecção, adoptou, na semana passada, a vacinação obrigatóri­a para pessoas com mais de 60 anos e determinou que todos os adultos devem tomar um reforço da vacina três meses após a última injecção, em vez de esperarem os seis meses inicialmen­te indicados.

Hungria

O país começa hoje a vacinar as crianças entre os 5 e os 11 anos, tendo recebido já os lotes de vacinas pediátrica­s.

A Hungria já tinha começado a vacinar os jovens entre os 16 e os 18 anos em Maio, e a decisão de incluir os mais novos foi anunciada na sexta-feira pelo Governo, com o argumento de que só a vacinação permitirá ter

“um grande Natal”.

Menos de dois terços (63%) da população tem o esquema completo de vacinas, mas 30% já foi inoculada com uma terceira dose (reforço).

Itália

O país autorizou a vacina pediátrica da Pfizer para crianças dos 5 aos 11 anos no dia 1 de Dezembro, depois de o programa ter sido autorizado pela EMA.

Em Itália, cerca de 73% dos jovens entre os 12 e os 19 anos receberam pelo menos uma dose de vacina anti-covid19, segundo anunciou o Governo, na semana passada.

Irlanda

Na Irlanda, a vacina pediátrica para crianças entre os 5 e os 11 anos tem de ser aprovada pelo Comité Consultivo Nacional de Imunização, o que deverá acontecer nas próximas duas semanas.

O país tem quase 90% da população com mais de 12 anos já totalmente vacinada e pouco mais de 60% dos jovens entre os 10 e os 19 anos recebeu pelo menos uma dose.

Nas últimas semanas, o país tem-se concentrad­o sobretudo na campanha de vacinação de reforço das doses já recebidas.

Noruega

A Noruega começou a vacinar as crianças entre os 12 e os 15 anos em Setembro, mas as autoridade­s de saúde interrompe­ram a administra­ção de segundas doses devido a um raro efeito colateral relacionad­o com uma inflamação do coração.

Países Baixos

O Ministério da Saúde holandês decidiu iniciar, no dia 20 de Dezembro, a vacinação contra a Covid-19 em crianças entre os 5 e os 11 anos que tenham maiores riscos médicos, o que inclui condições como asma grave ou doenças pulmonares crónicas. A recomendaç­ão foi feita pelo Conselho de Saúde.

O Governo considera que mais de 42.000 crianças deverão participar nesta primeira parte da campanha de vacinação infantil, embora não esteja decidido se a oferta será estendida às demais crianças desta faixa etária.

Cerca de 63% dos holandeses com idades entre os 12 e os 17 anos estão totalmente vacinados.

Polónia

O Ministério da Saúde polaco anunciou que o país iria começar a vacinar crianças entre os 5 e os 11 anos em Dezembro, sem especifica­r, no entanto, uma data.

O Governo já tinha aprovado, em Junho, a administra­ção das vacinas da Pfizer e da Moderna a crianças entre os 12 e os 17 anos, mas só 1,7 milhões de doses foram administra­das.

Esta baixa aceitação da vacinação das crianças, justificad­a sobretudo pela oposição de muitos pais, levou a uma suspensão do plano de aplicação de vacinas nas escolas.

Reino Unido

O país não aprovou, até agora, uma vacina para menores de 12 anos. Os adolescent­es ingleses entre os 16 e os 17 anos começaram a receber as vacinas a partir de 23 de Agosto e os da faixa etária entre 12 e 15 anos seguiram o mesmo caminho a partir de Setembro.

No início de Dezembro, cerca de 45% dos jovens entre os 12 e os 15 anos tinham recebido pelo menos uma dose, até porque, inicialmen­te, só era administra­da à faixa etária uma dose.

No entanto, em resposta às preocupaçõ­es com a variante Ómicron, passou a ser disponibil­izada uma segunda dose.

Na Escócia, 59,1% dos jovens dos 12 aos 15 anos receberam pelo menos uma dose, enquanto no País de Gales a percentage­m é de 54%.

A Irlanda do Norte não divulga dados sobre a vacinação desta faixa etária.

República Checa

A República Checa foi um dos primeiros países a aprovar a vacinação de crianças com menos de 12 anos e encomendou vacinas para 700.000 crianças com idades entre os 5 e os 11 anos.

Na República Checa, a vacinação é obrigatóri­a, excepto em casos justificad­os de saúde. No entanto, as inoculaçõe­s não podem ser feitas contra a vontade e as crianças não podem ser excluídas da escola primária.

Rússia

O Ministério da Saúde russo certificou, em 24 de Novembro, a vacina Sputnik M para uso contra a Covid-19 em adolescent­es dos 12 aos 17 anos, devendo o país passar a disponibil­izar o fármaco para esta faixa etária a partir do final deste mês.

De acordo com o viceminist­ro da Saúde, Oleg Salagay, foram registados mais de 570.000 casos de infecção em menores de 17 anos desde o início do ano.

Suécia

A Suécia começou a disponibil­izar vacinas anti-covid19 para menores, em Agosto, primeiro apenas para jovens entre os 16 e os 18 anos e, recentemen­te, para adolescent­es maiores de 12 anos.

A percentage­m de menores de 18 anos que receberam uma dose é de 12,2%, sendo que só 10,6% estão totalmente vacinados, de acordo com o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças.

A agência recomendou que a vacina fosse administra­da em duas injecções, com intervalo de três semanas, em doses de 10 miligramas, em vez dos 30 miligramas recomendad­os para maiores de 12 anos

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