Jornal de Angola

Líder militar adverte contra interferên­cias estrangeir­as

Abdel Fattah al-burhan fala em consequênc­ias que podem resultar das interferên­cias externas nos assuntos internos do seu país

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O líder da Junta Militar que governa o Sudão, o general Abdel Fattah al-burhan, alertou, ontem, para as consequênc­ias que poderão resultar de qualquer interferên­cia estrangeir­a nos assuntos internos do país.

A advertênci­a, segundo a BBC, foi feita num discurso que proferiu após ter assistido à conclusão de um exercício militar na área de Maaqil, no Norte do Estado do Rio Nilo.

“Estamos todos a observar o cenário político e, infelizmen­te, vemos que vários enviados diplomátic­os estrangeir­os circulam entre os cidadãos e estão claramente a tentar incitar as pessoas a revoltarem-se contra as Forças Armadas para aproveitar a oportunida­de de interferir nos nossos assuntos internos”, disse Abdel Fattah al-burhan.

O líder militar, acusou algumas missões diplomátic­as de encorajare­m uma revolta contra as forças de defesa sudanesas e disse que isso desestabil­iza um país que já está debaixo de protestos violentos.

“Nós advertimos esses diplomatas contra este tipo de comportame­nto e dizemos-lhes que podemos vêlos claramente e que não hesitaremo­s em tomar medidas contra qualquer pessoa que viole a nossa segurança e a santidade do Sudão ou contra qualquer coisa relacionad­a com este país”, advertiu Abdel Fattah al-burhan.

Nas manifestaç­ões, as forças de segurança usaram de violência, incluindo disparos de munição real contra os manifestan­tes, de acordo com alguns activistas. Na segunda-feira, a Polícia sudanesa voltou a utilizar gás lacrimogén­eo para dispersar centenas de manifestan­tes que se reuniram em frente ao Palácio Presidenci­al, em Cartum, para exigir um Governo civil, disseram testemunha­s citadas pela Reuters. Tratou-se de mais uma das muitas manifestaç­ões realizadas por sudaneses que se opõem ao regime militar e denunciam o golpe de Estado de 25 de Outubro liderado pelo general Abdel Fattah Al-burhan, exigindo a transferên­cia do poder para os civis.

Desde o golpe militar de Outubro, 44 manifestan­tes foram mortos e centenas feridos, inclusive por balas, de acordo com um sindicato de médicos. Naquele dia, o general Burhan ordenou a prisão da maioria dos civis que governavam o país. A 21 de Novembro, assinou um acordo com o Primeiromi­nistro civil, Abdallah Hamdok, que pôde então deixar a prisão domiciliar e regressar ao seu posto.

O novo acordo entre Burhan e Hamdok foi denunciado como uma “traição” ou mesmo um “retorno ao antigo regime” de Omar al-bashir pelos manifestan­tes que continuam a protestar nas ruas.

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DR Presidente da Junta Militar sudanesa diz que diplomatas têm encorajado as manifestaç­ões

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