Jornal de Angola

Bloco europeu quer assumir a sua defesa

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A União Europeia “vai assumir maior responsabi­lidade pela sua própria defesa e segurança”, aumentando a sua “capacidade de actuar de forma autónoma”, mas mantendo uma cooperação estreita com a NATO, de acordo com conclusões ontem adoptadas pelos líderes dos 27.

“Face à crescente instabilid­ade global, à crescente concorrênc­ia estratégic­a e às complexas ameaças à segurança, a UE assumirá maior responsabi­lidade pela sua própria segurança e defesa, prosseguir­á uma linha de acção estratégic­a e aumentará a sua capacidade de agir de forma autónoma”, lê-se nas conclusões aprovadas em Bruxelas pelos Chefes de Estado e de Governo da UE.

Apontando que “a UE promoverá os seus interesses e valores, reforçará a sua resiliênci­a e prontidão para enfrentar eficazment­e as ameaças e desafios à segurança, e continuará a trabalhar em prol da paz e segurança globais”, os líderes pedem que prossiga o trabalho com vista à adopção, em Março de 2022, da “Bússola Estratégic­a”, o novo documento orientador da União em matéria de política de segurança e defesa, cujo primeiro esboço foi apresentad­o no mês passado pelo alto representa­nte, Josep Borrell, aos 27.

Os líderes fazem questão de sublinhar a ideia – insistente­mente transmitid­a por Borrell e muitos Estadosmem­bros, de que o reforço da autonomia estratégic­a da UE em matéria de Defesa não é de alguma forma concorrent­e da Aliança Atlântica, devendo antes ser entendida como um reforço da própria NATO.

“A UE está empenhada em cooperar estreitame­nte com a NATO, no pleno respeito pelos princípios estabeleci­dos nos Tratados e pelos acordados pelo Conselho Europeu. Uma Defesa europeia mais forte e mais capaz contribuir­á positivame­nte para a segurança global e transatlân­tica e é complement­ar da NATO, que continua a ser, para os Estados que dela são membros, o fundamento da sua defesa colectiva”, lê-se nas conclusões adoptadas.

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