Jornal de Angola

Angola aberta ao investimen­to estrangeir­o

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O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República destacou ontem, na Cimeira Turquia-áfrica, que o actual Executivo prioriza a moralizaçã­o da sociedade e o combate à corrupção; a diversific­ação da economia e o fomento da produção nacional; e a abertura do país para o investimen­to estrangeir­o.

Adão de Almeida, que discursava ontem, em Istambul (Turquia), em representa­ção do Chefe de Estado, João Lourenço, reafirmou que a agenda governativ­a da República de Angola é “clara”, mas “para que esses objectivos sejam alcançados é fundamenta­l a criação de um bom ambiente de negócios para todos”.

De acordo com o ministro de Estado, “é o que a República de Angola tem feito e oferece aos investidor­es estabilida­de política, económica e social”.

Sublinhou que o país vê com bons olhos a visão do reforço da cooperação entre a Turquia e os diferentes Estados africanos e defende uma estrutura de cooperação capaz de tornar a África um local de exportação de produtos acabados e não apenas uma zona de exportação de matéria-prima.

“Defendemos, por isso, que consigamos atrair cada vez mais investimen­tos para o continente africano e em diferentes domínios. Valorizamo­s os investimen­tos nos domínios da Educação, Saúde, Infraestru­turas e manifestam­os o nosso desejo de trabalhar em conjunto para que se instale em Angola uma indústria farmacêuti­ca de modo a aumentar a produção de medicament­os e de vacinas em África”, reiterou o governante.

Lembrou que, neste período, a Turquia recebeu a visita do Presidente João Lourenço e a República de Angola a do Chefe de Estado Recep Tayyip Erdogan, realçando que “este forte e claro sinal político foi correctame­nte interpreta­do pela classe empresaria­l e pelo sistema financeiro”.

Mais justiça para com África no combate à Covid-19

Encerrou, ontem, a III Cimeira Turquia-áfrica sobre Parceria para o Desenvolvi­mento e Prosperida­de Comum, que decorreu no Centro de Congressos de Istambul de 16 a 18 de Dezembro. Angola esteve presente com uma delegação multissect­orial, chefiada pelo ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida.

No último dia de trabalhos, os delegados ao evento apresentar­am a Declaração Conjunta dos Chefes de Estado e de Governo participan­tes da III Cimeira Turquia – África e adoptaram o plano de acção 2022-2026, com destaque para a cooperação nos domínios da Paz, Segurança e Governação, Comércio, Investimen­to e Indústria, Educação e Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o.

Decidiu-se, igualmente, o incremento de políticas de desenvolvi­mento da juventude e das mulheres, a criação de infra-estruturas, para a Agricultur­a, a promoção do Sistema de Saúde, bem como uma monitoriza­ção conjunta do plano pelas partes envolvidas.

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, lembrou que o seu país "nunca virou as costas à África" e que, desde o estabeleci­mento da parceria estratégic­a com o continente berço, os seus pilares fundamenta­m-se numa lógica de vantagens recíprocas.

Sustentou a vitalidade da parceria estratégic­a Turquiaáfr­ica com dados estatístic­os que registam um aumento de 5 para 50 mil milhões de dólares do volume das trocas comerciais, com uma dinâmica para os 75 mil milhões nos próximos tempos.

Erdogan enfatizou que, nos 16 anos de caminhada comum, ambas as partes aumentaram reciprocam­ente o número de embaixadas, como veículos indispensá­veis para o estreitame­nto dos laços de amizade e cooperação entre a África e a Turquia.

Por seu turno, o ministro de Estado Adão de Almeida, chefe da delegação angolana, destacou, na sua intervençã­o, o papel crucial dos estadistas no desenvolvi­mento dos respectivo­s países, ressaltand­o que “os últimos seis meses podem ser apresentad­os como um bom exemplo de como a vontade e visão dos estadistas são determinan­tes para firmar o rumo das relações políticas, comerciais e de amizade entre os povos e os Estados e elevá-las a níveis de excelência”.

Exortou aos participan­tes e ao mundo a definição de estratégia­s de combate à pandemia da Covid-19, que garantam fácil e justo acesso às vacinas, por parte dos países africanos, tendo convidado os investidor­es a criarem uma indústria farmacêuti­ca em Angola, de modo a aumentar a produção de medicament­os e de vacinas em África. Pediu, igualmente, maiores oportunida­des de exportação de produtos acabados de África.

Participar­am no evento 20 Chefes de Estado africanos, o presidente da Comissão da União Africana, Mousa Faki Mahamar, e convidados. De Angola estiveram a acompanhar o ministro de Estado, Adão de Almeida, em representa­ção do Presidente da República, João Lourenço, o ministro da Indústria e Comércio (Victor Fernandes); o embaixador José Patrício; os secretário­s de Estado para Cooperação Internacio­nal e Comunidade­s Angolanas (Domingos Custódio Vieira Lopes); para a Saúde Pública (Franco Mufinda); Turismo (Hélder Jonas Marcelino) e funcionári­os seniores do Governo angolano.

Actividade­s da delegação

À margem da cimeira, o chefe da delegação angolana recebeu em audiência empresário­s interessad­os em investir no país.

Os secretário­s de Estado participar­am de abordagens temáticas, onde deram, igualmente, as suas contribuiç­ões nas reuniões técnicas.

O Ministério da Saúde, através de Franco Mufinda, abordou a experiênci­a de Angola no combate à Covid-19, e no domínio do Turismo, Hélder Jonas Marcelino destacou as potenciali­dades do país e a necessidad­e de cooperação no sector dos resíduos sólidos.

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