Nyusi reconhece efeitos negativos do terrorismo
No discurso de fim de ano, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, reconheceu os efeitos negativos do terrorismo e garantiu que estão a ser feitos esforços para que a situação em Cabo Delgado regresse gradualmente à normalidade
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, reconheceu, sexta-feira à noite, que o “terrorismo e o extremismo violento afectaram brutalmente alguns distritos de Cabo Delgado”, Norte do país, mas garantiu que a ofensiva militar em curso está a permitir o regresso gradual à normalidade.
Segundo a Lusa, Nyusi falava no discurso proferido à Nação através da rádio e da televisão por ocasião do fim de ano, que desta vez o Chefe de Estado não endereçou depois do Natal, por razões que a Presidência da República não explicou.
Repetindo na essência o que já tinha dito no discurso de quinta-feira, no Parlamento, sobre “a situação geral da nação”, o Chefe de Estado moçambicano assinalou que a ofensiva conjunta das Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas, da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do Rwanda reduziu a acção de grupos armados em Cabo Delgado.
Ainda no plano da segurança, as acções da Junta Militar, uma dissidência armada da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, também constituíram uma ameaça à estabilidade na região Centro do país.
Mas, prosseguiu, um país não é só marcado por adversidades, porque o Executivo logrou conter a propagação da pandemia de Covid-19, fazer crescer a economia para uma projecção de 2,1 por cento até ao fim do ano e expandir os serviços essenciais de água, electricidade, educação, estradas, ferrovias e pontes. Também no domínio da economia, o país conheceu um salto importante nos projectos de gás natural na bacia do Rovuma, com a saída em Novembro dos estaleiros na Coreia do Sul para Moçambique da primeira plataforma flutuante de produção de gás natural em África.
Na sexta-feira, a Frelimo, partido no poder em Moçambique, considerou que o Governo conseguiu este ano “realizações de grande impacto”, enquanto a Renamo e o MDM, da oposição, criticaram a violação do “Estado de Direito e má governação”.
As bancadas da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e Movimento Democrático de Moçambique (MDM) falavam durante o encerramento da quarta sessão da nona legislatura da Assembleia da República (AR).
A deputada Lucinda Malema, que leu o discurso de encerramento da bancada da Frelimo, assinalou que o Executivo “voltou a brindar o país com realizações de grande impacto na economia e na vida das famílias”.
Malema apontou a conclusão da plataforma flutuante que vai produzir gás natural liquefeito na bacia do Rovuma, Norte do país, e a aceitação de Moçambique no comércio internacional de diamantes como marcos importantes do ano prestes a acabar, no plano económico.
Na sua última mensagem do ano no Parlamento, a bancada da Renamo, principal partido da oposição, optou por voltar a atacar o facto de o Governo não ter pedido autorização à AR para a presença do contingente militar do Rwanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) no combate aos grupos armados na província de Cabo Delgado.