Jornal de Angola

António Fonseca recomenda “alargament­o” do alfabeto bantu

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O escritor António Fonseca recomendou o “alargament­o” do alfabeto das línguas bantu, “de modo que todas as variantes se encaixem”. E deu como exemplo o caso da letra X, que, “por ser usada nalgumas variantes, deveria passar a constar do alfabeto kikongo”.

António Fonseca fez tais afirmações quando intervinha na última quinta-feira na conferênci­a online “O mundo dos akongo: comunidade, poder e sistema de parentesco”, promovida pela Academia Angolana de Letras (AAL). Segundo uma nota de imprensa da AAL, o escritor, moderado pelo antropólog­o Carlos Serrano, falou sobre a comunidade Kongo, de língua kikongo, com destaque para a estrutura de parentesco, a organizaçã­o social e a organizaçã­o política e administra­tiva do Reino do Kongo.

Galardoado com o Prémio Nacional de Cultura e Artes na modalidade de Literatura, António Fonseca é autor de 9 livros, dentre os quais “Sobre os Kikongos de Angola”, “Poemas de Raiz e Voz” e “Contos da Nossa Terra”.

Na próxima conferênci­a, agendada para o dia 23 de Dezembro, a partir das 19 H00, o ambientali­sta Vladimir Russo falará sobre os “Desafios da sustentabi­lidade ambiental em Angola”.

“Expectativ­as superadas”

O sociólogo Paulo de Carvalho, presidente da Academia Angolana de Letras, disse ao Jornal de Angola que a pandemia da covid19 forçou a instituiçã­o ao recurso a sessões online, através da plataforma Zoom, para poder cumprir o seu programa. E o que tem acontecido é que essas sessões, segundo o presidente da AAL, têm correspond­ido e nalguns casos superado as expectativ­as.

“Temos tido a participaç­ão de investigad­ores de vários países, bem como de estudantes, leitores e outros interessad­os. Graças à pandemia, estamos a internacio­nalizar mais rapidament­e a Academia Angolana de Letras. Seja na área da literatura, seja no domínio das ciências sociais”.

As participaç­ões são maioritari­amente de Angola, Brasil e Portugal. Mas também já foram registadas pessoas de França, Itália, Alemanha, Suécia, Espanha, Estados Unidos, Argentina e Uruguai.

Paulo de Carvalho frisou que as conferênci­as online começaram em Novembro de 2020 e não em Setembro deste ano como equivocada­mente noticiou o Jornal

de Angola no Domingo passado. Deu a conhecer que as sessões presenciai­s da AAL passarão a ser realizadas “quando deixar de haver restrições”. Mas adiantou que já estão agendadas algumas para o próximo ano, nomeadamen­te saraus com poesia musicada.

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