Consultor da UNESCO quer aposta no turismo
O consultor internacional da UNESCO, Charles Akibodé, defendeu, a semana passada, em Mbanza Kongo, Zaire, uma maior aposta na dinamização da economia e do turismo cultural na região.
O perito da UNESCO, que cumpre uma missão de dias a Mbanza Kongo, para avaliar o grau de cumprimento das acções do Plano de Gestão deste Património Mundial, referente ao quadriénio 2016/2020, considera o turismo cultural o novo centro do poder da economia global ou mundial.
O cabo-verdiano ao serviço da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) insistiu, por isso, para a necessidade de dinamização do imaginário colectivo ou da economia criativa, investindo na promoção da indústria do artesanato local.
Para o perito, é fundamental potenciar a juventude da região para a valorização e disseminação dos valores tradicionais afins, assim como o investimento na agricultura industrial aliada aos conhecimentos ancestrais.
Charles Akibodé admitiu ser possível a institucionalização de um festival mundial da arte culinária em Mbanza Kongo que reuniria, entre outros representantes, os países da América que conservam ainda vários pratos típicos originários de Angola.
Na opinião do técnico, este tipo de festival, de economia criativa, traria mais turistas a Mbanza Kongo, não só para visitar e conhecer o passado histórico, mas também para estabelecer empatia e proximidade com os habitantes da capital do antigo Reino do Kongo.
As sugestões avançadas, informou, devem constar do Novo Plano de Gestão deste centro histórico para o período 2022/2026, a entrar em vigor a partir do mês de Fevereiro do próximo ano, cuja elaboração conta com a contribuição do organismo que representa.
A sua presença em Mbanza Kongo, explicou, visa, também, recolher contribuições das autoridades da província e da sociedade civil que irão enriquecer o novo plano de gestão, que vai ter em conta um conjunto de intervenções estratégicas dos departamentos ministeriais previstos para Mbanza Kongo, no período 2022/2026.
O especialista valorizou, ainda, o lançamento da primeira pedra à construção do novo aeroporto, de cariz internacional, em Mbanza Kongo, na localidade de Nkiende II, a 34 quilómetros do centro da cidade.
“O governo angolano entendeu e bem, não só de retirar o aeroporto do centro da cidade de Mbanza Kongo, como também construir uma infra-estrutura de dimensão internacional que vai permitir a chegada de turistas à região, sem necessidade de passarem por Luanda, a capital do país”, sublinhou.
De referir que, a construção de um novo aeroporto em Mbanza Kongo, fora da cidade, é uma das recomendações feitas pela UNESCO aquando da inscrição deste centro histórico na lista do Património Cultural da Humanidade.