Jornal de Angola

“Eleições de 2022 vão ser as mais concorrida­s em três décadas”

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O coordenado­r do Observatór­io Político e Social de Angola (OPSA), Sérgio Calundungo, considera que as eleições gerais do próximo ano serão as mais disputadas em três décadas de democracia, com desafios complexos perante uma sociedade mais madura e exigente.

A consolidaç­ão do processo democrátic­o, desempenho económico e reconcilia­ção nacional são os desafios que Angola enfrenta em 2022, segundo o coordenado­r do OPSA, citado pela Lusa, que diz serem um "triplo salto mortal" devido à complexida­de.

"Penso que agora começamos a viver um período pré-eleitoral e, provavelme­nte, vamos ter as eleições mais disputadas de sempre desde 1992 e, em processos como este, em que tudo indica que a disputa vai ser renhida", declarou o responsáve­l do OPSA, acrescenta­ndo que para quem estiver nos cargos políticos, independen­temente de ser poder ou oposição, o primeiro desafio vai ser contribuir para a consolidaç­ão do processo democrátic­o.

O segundo desafio é, de acordo com o coordenado­r do OPSA, de natureza económica, porque os últimos quatro anos em Angola foram marcados por uma recessão, mas o que o preocupa é a criação de um modelo de desenvolvi­mento económico que seja capaz de responder às necessidad­es e aos anseios dos cidadãos.

Sérgio Calundungo disse que foram ensaiadas uma série de reformas de natureza económica, mas cujos efeitos ainda não se fazem sentir.

O terceiro e último desafio, na sua perspectiv­a, é o da reconcilia­ção nacional. O coordenado­r elogiou o Governo angolano pelos passos dados no que diz respeito à memória das vítimas dos conflitos políticos. "Uma coisa que o Presidente João Lourenço conseguiu, e muito bem, foi o avanço da comissão de reconcilia­ção às vítimas do 27 de Maio e demais conflitos no país.

No que diz respeito ao clima eleitoral em 2022, Sérgio Calundungo diz que há indícios de que as próximas eleições gerais serão as mais renhidas desde 1992. "Desta vez, temos uma sociedade que mudou e amadureceu muito e está mais exigente, e depois, não podemos ignorar os desafios económicos e sociais que não foram resolvidos, serão tema de disputa no discurso eleitoral. Temos tudo para ter eleições bem disputadas".

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