Jornal de Angola

Presidente nos Emirados Árabes Unidos

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A região do Médio Oriente, tida por muitos círculos como das regiões mais voláteis do mundo, no que a instabilid­ade política, militar e religiosa diz respeito, é igualmente das mais atractivas quando se trata da busca de investimen­tos, do estabeleci­mento de Memorandos de Entendimen­to ou outras formas através das quais se pode estruturar a cooperação.

Muitas economias emergentes em África, América Latina, eventualme­nte até algumas das mais avançadas, encaram as homólogas do Médio Oriente em geral e as do Golfo Pérsico em particular como destinos preferenci­ais para fazer negócio.

África, atendendo à proximidad­e geográfica, climática, ao lado de outros factores, não pretende ficar atrás quando se trata de ter uma palavra a dizer nos desafios de complement­aridade e reciprocid­ade de vantagens que podem resultar dos laços a serem estabeleci­dos ou reforçados.

O Presidente da República, João Lourenço, encontra-se, desde ontem, nos Emirados Árabes Unidos, mais propriamen­te na cidade capital, Abu Dhabi, para uma visita oficial, com um programa recheado de actividade­s de natureza política, diplomátic­a, económica e comercial.

A perspectiv­a de assinatura de Memorando de Entendimen­to entre os dois países nas áreas dos Transporte­s e Energia constitui um passo significat­ivo, na medida em que vai ocorrer a junção entre o útil e o agradável, com a experiênci­a dos Emirados Árabes Unidos e as potenciali­dades de Angola naqueles dois sectores.

Apenas para exemplific­ar, os Emirados Árabes Unidos lançaram, muito recentemen­te, uma “Estratégia Nacional de Energia 2050”, em Janeiro de 2017, em que alocaram mais de 163 mil milhões de dólares para cumprir a sua meta de aumentar a contribuiç­ão de fontes de energia limpa e reduzir a zero as emissões de gases com efeito de estufa sobre a atmosfera.

Além de ser um importante mercado de penetração dos carros eléctricos, determinan­te para as próximas décadas em consonânci­a com as metas de redução dos gases poluentes, os Emirados Árabes Unidos têm uma eficiente infra-estrutura de transporte­s.

Os dois exemplos podem servir como experiênci­a positiva para que, no âmbito do Memorando de Entendimen­to que vai vincular os dois Estados, sejam retiradas as melhores vantagens recíprocas.

Acreditamo­s que, tal como esperam ambos os países, e como perspectiv­am algumas fontes, “as relações bilaterais entraram numa nova fase, com a introdução de políticas conjuntas de acompanham­ento da cooperação em áreas mais amplas de intervençã­o e de interesse comum”.

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