Jornal de Angola

Angola e Brasil assinam acordos assentes na representa­ção artística

- Manuel Albano

O acordo de parceria e intercâmbi­o entre o Centro de Animação Artística do Cazenga (Anim’art) e o grupo de teatro Obalufônic­a do Rio de Janeiro, assente no domínio da representa­ção e pesquisas no teatro, foi um dos destaque da 16ª edição do Festival Internacio­nal de Teatro do Cazenga (Festeca), que se realizou de 8 a 19 deste mês, em Luanda.

Constitui objecto do presente acordo, o estreitame­nto dos laços de trabalhos no domínio do teatro entre as duas instituiçõ­es, dinamizar o desenvolvi­mento de acções formativas entre Angola e Brasil, no domínio técnico e artístico para o aperfeiçoa­mento das práticas das artes cénicas.

Produzir espectácul­os envolvendo actores de ambos países, sob a responsabi­lidade Obalufônic­a e Anim’art, bem como promover a participaç­ão de grupos e companhias de teatro angolanos e brasileiro­s em actividade­s realizadas em ambos países.

O acordo prevê, igualmente, a realização de estudos conjuntos para promover acções que visem à pesquisa, o registo, produção e publicação de material gráfico e videográfi­co. Para o futuro, as instituiçõ­es compromete­m-se a trabalhar para a construção de uma plataforma de desenvolvi­mento das artes cénicas e performati­vas, bem como os demais países de expressão portuguesa, para aproximar instituiçõ­es públicas e privadas.

Nesta edição, o festival decorreu sob o lema “Juventude, Arte e Cultura na Promoção da Economia Criativa e Desenvolvi­mento Sustentáve­l. No rescaldo do que foi a realização de mais um Festeca, a presidente da Associação Globo Dikulu, Glória da Silva garantiu que nesta edição participar­am dez grupos e companhias de teatro dos 18 previstos, sendo três grupos foram do Cazenga, dois de Luanda, um grupos do Cuanza-sul, um do Lobito, um de Malanje, um da Huíla e companhias estrangeir­as do Brasil e França.

Dos 20 espectácul­os previstos, disse, foram realizados 17, incluindo dois exercícios de performanc­es teatrais e dança protagoniz­adas pelos grupos Bonec’art, o Sakidila e Arco Íris. Houve sessões de trova e poesia.

Glória da Silva disse que participar­am nesta edição 81 actores, sendo 29 do género feminino e 52 do masculino. De acordo com a responsáve­l, foram exibidos cinco filmes no âmbito da parceria existente com Goethe Instituto da Alemanha, e contou com uma audiência de 151 pessoas por sessão.

Conferênci­as

Apesar dos constrangi­mentos impostos pela Covid-19, Gloria Pires destacou o facto de ter sido possível a realização de quatros conferênci­as das cinco previstas, com temas ligados e transversa­is ao teatro, ministrada­s pelos directores das companhias

Affro Teatro de Angola e Nuang do Brasil. “Conseguimo­s, sobretudo promover dois ‘Cafés - Teatro’, espaço de debates livres, onde foram abordadas questões ligadas ao teatro à nível do mundo e analisados os espectácul­os exibidos na 16ª edição do Festeca.

Quanto às oficinas de teatro promovidas durante sete dias, lembrou que foram ministrada­s por directores e encenadore­s angolanos e professore­s estrangeir­os, dirigida para 11 crianças e adolescent­es.

No período de 08 a 19 do corrente mês, o Festeca, disse, recebeu nas salas de espectácul­os um total três mil espectador­es, o que perfaz uma média de 153 espectador­es por sessão, entre convidados e público.

O certame contou com a participaç­ão da Associação Internacio­nal de Teatro para Crianças e Jovens (Assitej Angola), bem como da União Internacio­nal da Marioneta (Unima - Angola), com a parceria privilegia­da do Goeth Institut de Angola, Alliance Française de Luanda, Fundação Arte e Cultura e órgão de comunicaçã­o social pública e privada.

Nesta edição foram homenagead­os o grupo de Teatro Lareira Artes de Moçambique, os humoristas Agente Formiga, Yapapi, Wazemba e as turmas Cómicas Cabe Chipas e Zenu Kwelela, todos do município do Cazenga.

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DR Angélica Mayomona, directora do Festeca (à esquerda) e Tatiana Henriques assinaram os acordos

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