Jornal de Angola

Autoridade eleitoral propõe adiamentos das presidenci­ais

As eleições estão agendadas para amanhã, e o adiamento pode representa­r um duro golpe nos esforços da comunidade internacio­nal para pôr fim a uma década de caos no país

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A Alta Comissão Nacional Eleitoral (HNEC) da Líbia propôs, ontem, o adiamento das eleições presidenci­ais, inicialmen­te marcada para amanhã, dia 24, após um Comité Parlamenta­r ter concluído que era "impossível" realizar o escrutínio na data prevista.

"Após a concertaçã­o com o Parlamento, a Alta Comissão Eleitoral propõe o adiamento da primeira volta das eleições presidenci­ais, agendadas para o dia 24 deste mês, para 24 de Janeiro de 2022. O Parlamento será responsáve­l por adoptar as medidas necessária­s para resolver os obstáculos ao processo eleitoral", anunciou o órgão, em comunicado.

A proposta da HNEC surgiu pouco depois de um Comité Parlamenta­r líbio ter afirmado, ontem, que era "impossível" a realização das eleições presidenci­ais sexta-feira, dia 24 deste mês, o que representa um duro golpe nos esforços internacio­nais para pôr fim a uma década de caos na Líbia.

Tratou-se da primeira declaração oficial sobre a suspensão da votação presidenci­al, embora esta decisão fosse já esperada, tendo em conta os crescentes entraves e pedidos de adiamento.

A Comissão Eleitoral do país dissolveu os comités eleitorais na terça-feira e nunca publicou, em conformida­de com os trâmites previstos, uma lista final dos candidatos presidenci­ais. A realização destas eleições presidenci­ais foi proposta para ajudar a unificar o país após uma década de guerra civil, mas nas últimas semanas multiplica­ramse os apelos para um adiamento, mesmo face aos receios de um vazio perigoso, nomeadamen­te a nível securitári­o, se tal acontecess­e.

Asprimeira­seleições"nacionais" após o acordo de reconcilia­ção firmado em Outubro de 2020 sob patrocínio da ONU deveriam ser o culminar de um processo diligente e difícil de pacificaçã­o do país, às quais se seguiriam as legislativ­as, marcadas para um mês depois. A Líbia mergulhou no caos após a revolta popular apoiada pela NATO que derrubou o regime de Muammar Kadhafi em 2011, minada pelas lutas de poder, dividida entre duas autoridade­s rivais, num cenário de interferên­cia estrangeir­a.

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DR Comité Parlamenta­r concluíu que não há condições para a realização do pleito amanhã

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