Especialidades espaciais visam resolver problemas sociais e auxiliar o Executivo
Angola deve apostar na formação de alto nível espacial para ajudar o Executivo na tomada de decisões precisas e facilitar na resolução de problemas sociais, defendeu o engenheiro do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), Elcano Gaspar.
Em declarações à Angop a propósito de uma capacitação em que participou na Índia, de 8 de Novembro a 17 de Dezembro, sobre “Data Science & Big Data Analytics”, explicou que esta especialidade envolve a identificação de padrões ocultos e correlações desconhecidas.
De acordo com o técnico, o único angolano nesta formação, a disciplina profissional guia-se, também, pelas tendências de mercado e outras informações comerciais úteis, sendo tarefa de um analista reunir dados e utilizá-los para ajudar as empresas, no geral, a tomarem melhores decisões comerciais.
As principais áreas de aplicação, acrescentou Elcano Gaspar, são a das Telecomunicações, Saúde, Detecção de fraudes e riscos, Pesquisa na Internet, Publicidade direccionada, Recomendações do website, Reconhecimento avançado de Imagem,
Reconhecimento da fala, entre outras.
Segundo o engenheiro, para melhor percepção desta ciência e como se aplica no sector das Telecomunicações, por exemplo, a análise de dados permite às empresas ligarem mais pessoas ao mesmo tempo, notandose que um dos maiores desafios para a indústria é a prestação de serviços iguais em todas as localizações geográficas.
“Nos países em desenvolvimento, 17% da população rural vive em zonas sem cobertura móvel e outros 19% vivem em zonas com apenas conectividade à Internet de 2G. Além disso, os agregados familiares urbanos têm 76% de probabilidade de ter uma ligação à Internet, enquanto apenas 38% da população rural tem probabilidade de ter a mesma”, caracterizou.
O técnico do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional adiantou que as empresas de telecomunicações estão a fazer esforços para aumentar a cobertura das zonas rurais e a análise de dados é um instrumento crítico neste processo que visa também acabar com a disparidade de cobertura em áreas rurais e urbanas.
“Com o poder da análise de dados, os fornecedores de telecomunicações podem identificar áreas com baixa ou nenhuma conectividade à Internet e móvel e tomar medidas para construir infra-estruturas de telecomunicações para uma melhor cobertura”, disse o engenheiro.
O treinamento em “Data Science e Big Data Analytics” é ministrado pelo Centro de Desenvolvimento de Computação Avançada de Noida (República da Índia) ao abrigo do Programa de Cooperação Técnica e Económica da Índia (ITEC).
Apesar do seu uso ter se tornado mais frequente, o termo Big Data nasceu na década de 1990 na NASA (National Aeronautics and Space Administration – Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço).
Big Data refere-se, vulgarmente, a grandes volumes de dados (na ordem dos terabytes e petabytes), proveniente de diversas fontes e em diferentes formatos (tabelas, fotos, vídeos, áudios) que não podem ser processados por meio convencional, pelo seu volume, velocidade a que são gerados os dados , variedade de formatos e fontes.
Entretanto, as responsabilidades do profissional de “Data Scientist, Big Data & Data Analyst” residem em lidar com uma enorme quantidade de dados heterogéneos, que são recolhidos a partir de várias fontes que chegam à alta velocidade.
Os cientistas de dados efectuam uma análise exploratória para descobrir conhecimentos a partir dos dados. Também utilizam vários algoritmos avançados de aprendizagem de máquinas para identificar a ocorrência de um determinado evento no futuro.