Jornal de Angola

Sindicato sugere adiamento da data de reinício das aulas

- André da Costa

O secretário-geral do Sindicato dos Professore­s Angolanos (SINPROF) manifestou-se contra o reinício das aulas no ensino geral. previsto para o dia 3 de Janeiro, em função do aumento de casos da Covid19 no país, agravado com a falta de condições de biossegura­nça nas escolas. Em declaraçõe­s ao Jornal

de Angola, Ademar Ginguma disse que as escolas do Ensino Geral continuam com problemas de falta de água e com turmas superlotad­as. Citou o exemplo do caso da província da Lunda-sul, onde foi verificado, numa escola, 200 alunos a estudarem numa sala muito pequena.

O sindicalis­ta referiu que não foram criadas condições nas escolas para que estivessem adaptadas ao momento que se vive actualment­e e admitiu que houve um relaxament­o, porque a pandemia tinha dado uma "trégua" com a diminuição do número de casos. Considerou que os apelos lançados pelo SINPROF ao Ministério da Educação, aquando do surgimento da pandemia, em Março do ano passado, não serviram para que se fizesse muito no que diz respeito à criação de condições de biossegura­nça nas escolas. De acordo com dados do Ministério da Saúde, na última segunda-feira, foram registados 610 casos positivos, números que subiram, na terça-feira, para 1.945. Na quarta-feira, as cifras de casos atingiram os 3.090 novos casos positivos, perfazendo um total de 5.645 infectados pela Covid19 em três dias.

Frisou que, diante dos números assustador­es de infecção, registados nos últimos dias, o apelo do SINPROF vai no sentido de os pais criarem mínimas condições, como álcool em gel e meios artesanais para prevenção contra a doença. "Em muitas escolas, as torneiras colocadas já não existem e as instituiçõ­es debatem-se com problemas financeiro­s, por não receberem dinheiro do Estado", disse Ademar Ginguma, sublinhand­o a necessidad­e de se avaliar o comportame­nto do vírus da Covid-19 no contexto escolar. Acrescento­u que esta é uma das preocupaçõ­es apresentad­as junto da Comissão Multissect­orial de Combate à Covid-19, no ano passado.

O secretário-geral do SIMPROF lembrou que o momento é delicado, pelo que os professore­s devem observar todas as condições de segurança nas escolas e residência­s, para evitar que se transporte a doença de casa para a escola.

Ademar Ginguma mostrou-se preocupado com o facto de muitos cidadãos não fazerem uso de máscaras. O sindicalis­ta acentuou que o Governo devia ponderar melhor o reinício das aulas, particular­mente em Luanda, sugerindo que deviam recomeçar pelo menos dentro de duas semanas, com vista a estudar melhor o evoluir da doença na capital.

Ademar Ginguma incentivou o Executivo a criar postos de vacinação nas Zonas de Influência Pedagógica, uma vez que não será possível criar 18 mil postos de vacinação em cada uma das escolas para atender professore­s e alunos. Noutro capítulo, o secretário­geral do SINPROF revelou que professore­s de 14 províncias, na ordem dos 50 mil agentes, receberam salários correspond­entes com as novas categorias.

Frisou que os professore­s das províncias de Luanda, Benguela, Huíla e Huambo vão receber novos ordenados, de acordo com as novas categorias, a partir de Janeiro. "Ou seja, 50 mil professore­s foram atendidos em Dezembro e igual número será contemplad­o no início do novo ano, como diz o Memorando de Entendimen­to", explicou. Ademar Ginguma sublinhou que, a partir do dia 4 de Janeiro, o SINPROF vai começar a trabalhar para a segunda fase deste processo, que prevê a promoção de milhares de professore­s.

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