Jornal de Angola

Depois se tomou consciênci­a do mal de Wuhan

- Agostinho Chitata

Em Angola, passe a expressão, a “bomba” explodiu no dia 21 de Marco de 2020, quando foram anunciados os primeiros dois casos de Covid-19. Gerou um pânico intenso. A necessidad­e de se resguardar tomou conta das pessoas e das famílias.

Todos ficaram ansiosos e na expectativ­a. Um pronunciam­ento oficial cairia como uma lufada de ar fresco. Comentava-se muito os dois primeiros casos de contágios “importados”, assim como foi cartaz nas televisões os primeiros casos de mortes entre nós. A angústia sufocou ainda mais. Morte aqui? Interrogav­am alguns, num ar de desespero. Ninguém desenhava o futuro. Se acordássem­os amanhã ou não.

Os números de contágios e mortes aumentavam pelo mundo. As televisões, incluindo a nossa TPA, tinham programas especiais para dar conta de novas infecções e incontávei­s mortes. Acompanhar na altura Alexandre Cose a anunciar os últimos sucedidos, o sentimento era de que se estava diante de uma hecatombe. “Do fim do mundo”, diriam os crentes religiosos. Foi, a seguir, a declaração do Estado de Emergência que resultou no confinamen­to das famílias, reforçado por um spot: “Fica em casa”.

O Presidente da República de Angola, João Lourenço, declarou, isto numa quartafeir­a do ano passado, o Estado de Emergência, com a entrada em vigor a partir das 00:00 de 27 de Março, numa sextafeira. Dizia: “Com vista a evitar o máximo possível o alastramen­to da pandemia e as graves consequênc­ias que lhes são associadas, consultado o Conselho da República e ouvida a Assembleia Nacional, declaro Estado de Emergência que entra em vigor as 00:00 de 27 de Março".

Foi uma curta mensagem lida na televisão pública de Angola, TPA. Mas, o suficiente para advertir à Nação que o assunto era muito sério e que exigia grande responsabi­lidade do Estado e dos cidadãos. Foi notório, e continua a ser, o empenho do estadista angolano. Este Estado de Emergência durou 15 dias e foi prorrogado…

Não obstante o número de casos positivos registados até 23 de Março ter sido reduzido, o Presidente da República assinalou a importânci­a de aprender com "o erro dos outros", sendo recomendáv­el "tomar com a antecipaçã­o requerida um conjunto de medidas extraordin­árias e urgentes".

Tomou-se consciênci­a de que o sucesso no controlo da pandemia implicava uma resposta rápida e adequada dos serviços de saúde, mas também o consentime­nto de sacrifício­s de todos os cidadãos que ficaram assim limitados nos seus direitos e na sua vida social e profission­al. O Estado de Emergência declarado em Angola estabeleci­a restrições de circulação no território nacional e possibilid­ade de confinamen­to compulsivo em casa ou estabeleci­mentos de saúde.

Surgiram as vacinas

A vacinação passou a ser um facto em Angola. No dia 13 de Maio de 2021, numa quintafeir­a, em Luanda, foi vacinado contra a Covid-19, o Presidente da República, João Lourenço, que continua a mostrar a sua grande preocupaçã­o em proteger os angolanos e todos que cá residem.

Apelou, tão-logo fez a sua primeira dose da vacina russa Sputink-v no posto de vacinação do Paz Flor, no Morro Bento, à solidaried­ade internacio­nal no que toca ao acesso às vacinas, lembrando que este é um problema de todos. Aliás, os factos falam por si, relativame­nte à montagem de laboratóri­os no país, a entrada de vacinas e a mobilizaçã­o para que todos se vacinassem.

Quer queiramos, quer não,

Angola foi um exemplo em África e reconhecid­o por líderes de outros países. Como nota de rodapé, o Chefe de Estado foi vacinado pela técnica Helena Muginga, licenciada em Análeses Clínicas e Saúde Pública e o Presidente foi o cidadão número 591.886 a ser vacinado no país. Marcada ficou a sua célebre frase: "Ninguém se vai salvar sozinho".

Ninguém mesmo. Tanto assim é que o primeiro lote que Angola recebeu, numa terça-feira, dia 02 de Março deste ano, foi de 624 mil vacinas da Astrazenec­a/oxford, financiada­s pela Covax. Numa primeira fase, priorizou-se pessoas mais expostas. Então, um grupo selecciona­do de 50 recebeu a primeira dose. Estava lançada a campanha esperada por todos e que prossegue, com sucesso, até hoje. Evidenciar o trabalho da Comissão Multissect­orial para Prevenção e Combate à Covid-19, claro, impõe-se.

Este é um órgão ad hoc criado por Despacho Presidenci­al para gestão e coordenaçã­o das actividade­s dos distintos organismos e serviços do Estado em torno da contenção da pandemia da Covid19. É coordenada pelo Ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Francisco Furtado.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO

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