Jornal de Angola

Pandemia e crises políticas marcaram o mundo

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A pandemia da Covid-19, os golpes de Estado em alguns países, o ataque ao Capitólio por apoiantes do ex-presidente norte-americano Donald Trump, o regresso dos Talibãs ao poder no Afeganistã­o e as alterações climáticas, são, entre outros, os acontecime­ntos mais marcantes no mundo em 2021.

Apesar da expectativ­a criada com o surgimento de vacinas contra a Covid-19, o número de mortes provocadas directa ou indirectam­ente pela doença desde o seu surgimento em 2019 é de mais de 5,36 milhões.

Quase três milhões delas ocorreram em 2020, segundo dados da Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS). As vacinas reconhecid­as a nível mundial (Coronavac, Pfizer/biontech, ford/astrazenec­a, Janssen, Covaxin, moderna , Johnson&johnson, Pfizer, Sinopharm, Cansino, Sinovac, Sputnik V) permitiram administra­r mais de 7,8 mil milhões de doses, com consideráv­eis desigualda­des de acesso entre países ricos e pobres.

Porém, o sucesso inicial dos testes clínicos com os medicament­os contra a Covid-19 está a ser ofuscado pelo surgimento da variante Ôicron (altamente contagiosa), detectada pela primeira vez, em Novembro, na África do Sul.

O ano que hoje termina ficou igualmente marcado por golpes de Estado no Tchad, no Mali, na Guiné, no Sudão, em Mianmar e no Haiti.

No Tchad, por exemplo, o general Mahamat Idriss Déby foi proclamado Chefe de Estado pela junta militar a 20 de Abril, após a morte do seu pai, o marechal Idriss Deby Itno, que esteve 30 anos no poder.

Já no Mali, o golpe de Estado ocorreu a 24 de Maio, quando o exército capturou

o Presidente Bah N'daw, o primeiro-ministro Moctar Ouane e o ministro da Defesa, Souleymane Doucouré.

Na Guiné, o presidente Alpha Condé foi detido em Conakry, a 05 de Setembro, na sequência de uma acção liderada pelo chefe das tropas especiais, Mamady Doumbouya, que pôs a circular nas redes sociais uma declaração que justifica o acto pela inoperativ­idade das instituiçõ­es e instrument­alização da justiça.

A 25 de Outubro, o Sudão viu-se mergulhado numa subversão constituci­onal, dois anos após a queda do governo de Omar al Bashir. As forças armadas dissolvera­m o Governo e prenderam várias autoridade­s civis, incluindo o primeiro-ministro Abdallah Hamdok.

Do outro lado do mundo, a 01 de Fevereiro, em Mianmar, o exército deteve a líder do Governo civil, Aung San Suu Kyi, encerrando, assim,

um período democrátic­o de 10 anos após quase meio século de regime militar. O golpe desencadeo­u manifestaç­ões reprimidas com violência e que deixaram mais de 1.100 mortos e milhares de opositores presos. No Haiti, um país em crise perpétua, o Presidente Jovenel Moise foi assassinad­o a 07 de Julho em casa por um comando armado supostamen­te formado por mercenário­s colombiano­s.

Ainda em 2021, foi destaque a invasão ao Capitólio por apoiantes do ex-presidente Donald Trump, a 6 de Janeiro, para impedir que os congressis­tas certificas­sem a vitória do democrata Joe Biden na eleição presidenci­al de Novembro de 2020.

A 13 de Junho, Israel encerra 12 anos de governo de Benjamin Netanyahu com um Executivo liderado pelo nacionalis­ta Naftali Bennett e seu aliado de Yair Lapid.

No período em análise, o Reino Unido deixou o mercado único europeu, a 01 de Janeiro, num contexto da crise migratória na Europa, resultante de disputas políticas de longa data entre os britânicos, centraliza­das na soberania política, controlo migratório e comércio com os países-membros do bloco.

Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel também deixou, a 8 de Dezembro, o poder, após 16 anos, para o social-democratas Olaf Scholz, aliado do partido Verde e dos Liberais.

Outra matéria importante em 2021 foi a crise migratória na fronteira Bielorrúss­ia-polónia.

Milhares de migrantes, principalm­ente do Médio Oriente, acamparam em temperatur­as muito baixas ao longo da fronteira com a Polónia, do lado bielorruss­o, na esperança de entrar na União Europeia (UE).

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