Jornal de Angola

Rui Andrade e Lorenzo Campos conquistam títulos na Europa

Promessas do automobili­smo foram recebidas em audiências distintas pelo Presidente da República, João Lourenço e pelo vice-presidente, Bornito de Sousa

- Armindo Pereira

O título de campeão europeu da Endurance Le Mans 2021, em automobili­smo na categoria LMP2, conquistad­o pelo piloto Rui Andrade, e o troféu internacio­nal Vortex ROK Cup, em mini-karting, arrebatado por Lorenzo Campos, entraram, este ano, para a história do desporto motorizado angolano.

Andrade, de 23 anos, conseguiu o feito a 24 de Outubro, no Autódromo de Portimão, em Algarve, Portugal. O piloto foi o primeiro angolano a conquistar tal proeza. Antes, já havia conseguido o 13º lugar, entre 33 concorrent­es, na categoria LMP2 do Campeonato do Mundo de Endurance, em prova disputada no Circuito Spa-francorcha­mps, na Bélgica.

O piloto representa a equipa G-drive Racing, com a viatura Aurus. Residente em Portugal, Rui Andrade deu os primeiros passos no karting, na província do Namibe, quando tinha 13 anos.

Quis o destino que o feito do compatriot­a fosse no mesmo mês, com a diferença de apenas oito dias. No dia 16 de Outubro, Lorenzo Campos, de 12 anos, tornou-se no primeiro piloto africano a vencer o Vortex ROK Cup, superando a concorrênc­ia de 108 pilotos, ao cabo de várias eliminatór­ias, no ano de estreia pela equipa italiana Energy Corse.

Andrade foi recebido pelo Presidente da República, João Lourenço, encontro durante o qual o desportist­a aproveitou para apresentar o troféu da competição ao Chefe de Estado. O mesmo sucedeu com Lorenzo, que foi recebido pelo Vice-presidente da República, Bornito de Sousa, com quem falou dos projectos futuros relacionad­os com a carreira e ofereceu um boné rubricado por todos os integrante­s da sua equipa.

Em motociclis­mo, Victor Barros também foi campeão da Copa Dunlop Motoval Classe 1 do Campeonato Português de Velocidade, no Autódromo de Estoril, em Cascais, pelas cores da Frammenti Racing Team, ao volante da Yamaha R6. O troféu foi o primeiro no segundo ano que abraçou o profission­alismo na Europa.

A visita de Jean Todt

Em Setembro, o então presidente da Federação Internacio­nal de Automobili­smo (FIA), Jean Todt, esteve em Luanda com o propósito de constatar o nível de desenvolvi­mento desta especialid­ade praticada em Angola e fez o lançamento da primeira pedra para a construção do novo Autódromo na capital.

O francês foi recebido em audiência concedida pelo secretário de Estado para a Juventude, Fernando Francisco João, em representa­ção da titular da pasta, Ana Paula do Sacramento Neto. Na ocasião, Todt avançou as razões da visita ao país enquanto líder máximo daquele organismo mundial.

O dirigente visitou as instalaçõe­s da Federação Angolana de Desportos Motorizado­s (FADM), no Benfica, bem como a Escola de Karting 3Kappas do empresário Hélder Kiala, situada no exterior do Estádio 11 de Novembro.

Jean Todt recomendou as autoridade­s angolanas a reabilitar­em o Autódromo de Luanda, localizado no bairro Ramiros, depois de constatar o avançado estado de degradação do traçado, com mais de 50 anos de existência.

No segundo e último dia da visita, um dos pontos mais altos prendeu-se com o lançamento da pedra para a construção do Autódromo Internacio­nal de nível mais alto, a ser erguido a médio longo prazo, na zona do Pólo de Desenvolvi­mento Turístico de Cabo Ledo, município de Quissama, cerca de 120 Km de Luanda.

Em Dezembro, a FADM alcançou um feito histórico: entrada na FIA como membro definitivo do organismo, depois de ser admitida na

Federação Internacio­nal de Motociclis­mo (FIM), em Dezembro de 2019.

Para o presidente de direcção, Ramiro Barreira a conquista representa uma “lufada de oxigénio” para os amantes do desporto mecanizado, pois o país passa a beneficiar de apoios financeiro­s e de formação de quadros.

Recorde-se que no último dia 17 do corrente, Mohammed Ben Sulayem, 60 anos, foi eleito o novo presidente da FIA. Sulayem é o primeiro líder do organismo nãoeuropeu e rendeu no cargo Jean Todt, de 75 anos, após três mandatos.

Competição interna

Devido à situação da pandemia, até ao mês de Junho não houve qualquer realização de provas, com a excepção do Campeonato Angolano de Rali Raid, com um total de sete provas no calendário, de acordo com Ramiro Barreira.

“Tivemos várias exibições de Drifting na cidade de Luanda. Realizámos três grandes prémios em automobili­smo e motociclis­mo. Em Julho, tivemos no Autódromo de Luanda o GP Batatas Fritas, dia 14 de Novembro decorreu o GP Speed, no Circuito Santos Pêra, em Benguela e no começo de Dezembro o GP 8º Congresso.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Corredores têm 23 e 12 anos e querem continuar a fazer história pelo país nos desportos motorizado­s a nível internacio­nal

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