Bié leva história dos mártires às escolas
O Governo do Bié pretende propor ao Ministério da Educação a integração, na disciplina de História, de matérias sobre factos da revolta de 4 de Janeiro de 1961, na Baixa de Cassanje, para que adolescentes e jovens da província conheçam a verdadeira essência que levou o país à liberdade.
O administrador municipal do Cuito, Abel Guerra Paulo, que ressaltou a intenção durante a palestra alusiva à efeméride na província, disse que é fundamental para as gerações mais novas conhecer a génese histórica do país e de onde começou a luta para que Angola fosse hoje uma nação una e indivisível.
“É importante que as novas gerações saibam de onde partiu a revolução para que Angola seja hoje uma nação coesa e fiel à sua história. Os factos que marcaram a vida e a luta de sobrevivência dos angolanos vão chegar às escolas do Bié, com o objectivo de despertar os jovens sobre a verdadeira essência do país”, disse.
Para Abel Guerra Paulo, o 4 de Janeiro de 1961 marcou o início de um processo fundamental de luta pela Independência de Angola, em paridade com outras datas – nomeadamente, o 4 de Fevereiro e o 15 de Março, que se revelaram determinantes para a liberdade definitiva. Por isso, reforçou, devem ser estudadas e conhecidas pela juventude.
A 4 de Janeiro de 1961 deuse a considerada primeira rebelião contra o regime colonial português, encetada por trabalhadores rurais da Companhia Geral dos Algodões de Angola (COTONANG), uma empresa nacional produtora de algodão, com a participação de exploradores belgas, na região da Baixa de Cassanje.
Bié
Mais de trinta jovens e exmilitares do município do Cunhinga, província do Bié, beneficiaram terça-feira de kits profissionais diversos, no âmbito do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza.
Dos materiais entregues pelo vice-governador para o Sector Político, Social e Económico do Bié constam os de corte e costura, decoração, pastelaria e outros, numa iniciativa alusiva às manifestações do 4 de Janeiro, Dia dos Mártires da Repressão Colonial da Baixa de Cassanje.
António Manuel realçou as vantagens que se têm registado com o Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza, sobretudo, no apoio aos ex-militares e às famílias camponesas.
“Os kits profissionais vão ajudar a contribuir no fomento do auto-emprego e no sustento das famílias. Os beneficiários devem conservar, adequadamente, os bens, no sentido de lhes ajudar na redução das dificuldades”, apontou.
O vice-governador sublinhou que a data constitui um símbolo para a Nação angolana e apelou à população e, especialmente, aos jovens para seguirem a conduta demonstrada por aqueles heróis, tendo em conta o progresso e estabilidade que o país vem trilhando.
Cuanza-sul
Mais investigação e estudos para a localização de dados sobre os heróis da repressão colonial, registada na Baixa de Cassanje, em Malanje, é o que se precisa na perspectiva do director do Gabinete Provincial dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria do Cuanza-sul.
Falando terça-feira, na cidade da Gabela, município do Amboim, Eduardo Bernardo Inglês disse que os heróis vivos podem servir de fonte histórica para ajudar as gerações vindouras na preservação do legado sobre os acontecimentos ocorridos entre 4 de Janeiro de 1961 e 11 de Novembro de 1975.
Numa palestra alusiva ao Dia dos Mártires da Repressão Colonial, assinalado a 4 de Janeiro, em representação do governador do Cuanza-sul, defendeu que é hora de fazer dos testemunhos vivos a fonte para o sector da Educação documentar os feitos.
“Esses acontecimentos vão ajudar a actual e as futuras gerações a apostarem mais na investigação da história do país”, disse, acrescentando que os locais e sítios desses crimes, na época, servirão de matérias para enriquecer o trabalho.
Lunda-sul
O acto foi marcado com a deposição de uma coroa de flores junto ao busto do Presidente António Agostinho Neto, no Jardim Cívico, zona nobre da cidade de Saurimo, onde o governador rendeu, terça-feira, homenagem aos heróis da Baixa de Cassanje e reiterou o apoio aos filhos de antigos combatentes e veteranos da pátria.
Daniel Félix Neto disse que o feito daqueles heróis deve funcionar como um legado para as novas gerações conhecerem a história do país, rumo ao desenvolvimento, daí o contínuo apoio nos estudos dos filhos de quem deu tudo pelo país até se chegar à Independência Nacional. O governante adeantou que os veteranos da pátria e suas famílias, viúvas e filhos terão apoios e serão inseridos nas áreas profissionais, com vista a melhorar as suas condições de vida.