Executivo quer redução de perdas inesperadas
Ministro dos Recursos minerais, Petróleo e Gás garantiu que o impacto da Pandemia não impedirá conclusão de projectos
A finalização de projectos e a implementação da legislação tendente à reduzir o declínio da produção petrolífera nacional, incluindo o gás, a redução de perdas inesperadas e a garantia da auto-suficiência em combustíveis e lubrificantes, continuam a predominar as metas que o Executivo quer alcançar, este ano, no Sector dos Recursos Minerais e Petróleo.
A garantia foi dada pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, em entrevista concedida à publicação anual do MIREMPET - FFA Angola Contents 2021, em que fazia uma incursão aos vários desafios que o sector teve em 2021, com projecções animadoras, face aos resultados positivos alcançados na segunda metade de 2021.
De acordo com o ministro, a pandemia da Covid-19, à escala global, impactou negativamente a execução de vários projectos, em função do encerramento de algumas fábricas de equipamentos e materiais e dificuldades na mobilização de técnicos expatriados, ainda que os constrangimentos não tenham posto em causa os prazos de execução.
Na entrevista, Diamantino de Azevedo destacou a resiliência do sector no período mais crítico, marcado pela baixa procura de hidrocarbonetos no mercado, devido a crise económica, a partir de 2014, tendo ainda afectado, em grande medida, as economias com forte dependência na comercialização do petróleo e gás, numa altura em que Angola também ficou afectada pelo declínio dos níveis de produção, devido à maturação dos poços e falta de investimentos em novos campos.
A reestruturação do sector de petróleos, recorda o ministro, “está enquadrada no Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022”, em que se destaca a reestruturação da petrolífera Sonangol, que deixou o papel de concessionária e fiscalizadora, para se dedicar à sua actividade central (negócios), e deu lugar a um novo organismo - a ANPG. A reestruturação permitiu ainda a concessão de novos projectos a operadores nacionais e internacionais e a reestruturação e construção de novas refinarias.
Segundo o ministro, o ministério mantém, nas suas prioridades para 2021-2022, a redução do agravado declínio que se verificava na produção do petróleo e gás e a manutenção da eficiência operacional (que passa pela redução dos desperdícios, aumento da capacidade de refinação, armazenamento de derivados de petróleo e lubrificantes), de modo a garantir a autosuficiência em todo o território nacional.
“O facto de Angola ter capacidade de processar apenas 30 por cento dos combustíveis e lubrificantes consumidos no mercado interno, é razão para uma aposta continuada na criação de condições para inverter esta tendências, assente na ampliação e modernização da Refinaria de Luanda, a construção de novas instalações do Lobito e Cabinda, cuja fase inicial deve arrancar no presente ano”, recordou.
O aumento da capacidade de produção das actuais 300 mil para cerca de 1.300 toneladas de gasolina por dia, com altos níveis de segurança e redução de custos, representa o primeiro passo na melhoria da logística e distribuição. Porém, a autosuficiência em combustíveis e lubrificantes pode ser alcançada quando as refinarias do Lobito e de Cabinda alcançarem a capacidade de processar 200 e 60 mil barris por dia, respectivamente.
A transição energética, frisou Diamantino de Azevedo, é uma questão que o Executivo tem na sua agenda, muito antes do surgimento da pandemia, não obstante o facto de obrigar o redimensionamento dos projectos, para que tenham a flexibilidade de adaptação a novas tendências.