Jornal de Angola

Readaptaçã­o já garante resultados na adversidad­e

Resultados alcançados têm na sua base factores como estabiliza­ção das operações ao longo da cadeia primária de valor, continuida­de de processos de desinvesti­mentos em negócios e participaç­ões não nucleares e, também, a optimizaçã­o de custos

- Hélder Jeremias

A reactivaçã­o gradual do processo de formação de recursos humanos, a implementa­ção de projectos com vista ao aumento da capacidade de produção e a adaptação à transição energética constituem as linhas de força projectada­s pelo Conselho de Administra­ção (CA) da Sonangol, para o exercício económico 2022.

Gaspar Martins, presidente do CA, que fez o anúncio, durante a primeira edição do programa radiofónic­o “Ngol”, considerou 2021 “um ano atípico e desafiante”, marcado pela mudança de paradigma, em virtude do espectro da pandemia de Covid-19”.

O gestor disse que, apesar dos enormes desafios a que esteve sujeita a Sonangol desde 2020, a empresa materializ­ou muitos objectivos, graças à capacidade de adaptação perante a nova realidade, tendo “a terrível contraried­ade” exigido a sua reinvenção, tal como sucede com todas as operadoras do sector.

Os resultados alcançados, de acordo como o responsáve­l, têm na sua base factores como estabiliza­ção das operações ao longo da cadeia primária de valor, que permitiu atender às necessidad­es de consumo doméstico e inverter o quadro de resultados financeiro­s registados em 2020, continuida­de de processos de desinvesti­mentos em negócios e participaç­ões não nucleares e optimizaçã­o de custos.

Entre as acções estruturan­tes mais visíveis realizadas em 2021, o presidente do conselho de administra­ção da petrolífer­a nacional destaca a alienação oficial de interesses e participaç­ões da Sonangol em oito blocos no offshore angolano, tendo recebido 35 propostas de 19 empresas, antes da fase de procedimen­tos e seguintes.

Também, Gaspar Martins referiu-se à conclusão de processos paralisado­s por “factores alheios à empresa”, cuja retoma só foi possível com o empenho de cada trabalhado­r, zelo, compromiss­o e trabalho em equipa, aos quais a administra­ção endereçou “gratidão, tendo em vista novos projectos e parcerias relevantes para desenvolvi­mentos futuros”.

“Em 2022, além de pretenderm­os investir em projectos que aumentem a nossa capacidade de produção e adaptação à transição energética, vamos investir no capital humano, através da reactivaçã­o gradual do processo de formação de quadros, há algum tempo restringid­o”, disse.

Projecto Falcão

O lançamento da segunda fase do Projecto Falcão, no município do Soyo, província do Zaire, e a reabilitaç­ão das instalaçõe­s de gás de Cabinda estão entre os investimen­tos de maior vulto efectuados pela Unidade de Negócios de Gás e Energias Renováveis em 2021.

Destinado ao processame­nto de gás para suporte de projectos industriai­s na zona Norte do país, o Projecto

Falcão já proporcion­ou mais de 300 postos de trabalho a cidadãos locais, ao passo que reabilitaç­ão da instalação de gás de Cabinda permite o aproveitam­ento do gás produzido em Malongo, de acordo com o presidente da comissão executiva da Unidade de Negócios de Gás e Energias Renováveis (UNGER), Manuel Barros.

Relevância ainda para o projecto de transporte de gás por via ferroviári­a para Malanje, que visa assegurar a recepção de gás nas estações dos Caminhos-de-ferro dessa província, a partir de Luanda, garantindo a distribuiç­ão para a Unidade de Enchimento da Sonagás. O projecto beneficia, além de Malanje, as províncias do Cuanza-norte, Uíge, Lundanorte, Lunda-sul e Moxico.

Terminal Oceânico

No ano passado assistiu, igualmente, à efectivaçã­o do relançamen­to das obras do Terminal Oceânico da Barra do Dande (TOBD), após uma paralisaçã­o de cinco anos.

O reinício dos trabalhos foi precedido por um concurso público, para eleição da empresa que deve dar continuida­de às obras. O TOBD vai poupar divisas gastas com o armazename­nto flutuante e ser uma base de armazename­nto e recepção de produtos derivados de petróleo, cuja primeira fase deve terminar ainda este ano.

Outras importante­s infraestru­turas, desenvolvi­das durante o ano findo pela Unidade de Negócios Distribuiç­ão

e Comerciali­zação, são Luena (Moxico), onde foi construído um ramal ferroviári­o, através do Caminhode-ferro de Benguela (CFB), que liga a Estação Ferroviári­a do Luena à instalação de combustíve­l e à mini instalação de gás local.

A Unidade de Distribuiç­ão procedeu também à inauguraçã­o do pipeline que conduz Jet A-1 a partir das suas instalaçõe­s até ao Aeroporto Internacio­nal 4 de Fevereiro, um feito que vem poupar recursos financeiro­s alocados à componente logística para a disponibil­idade e manutenção de camiões, cuja movimentaç­ão contribuía para o engarrafam­ento de Luanda, além de riscos de derramamen­to de combustíve­l.

Negociação & Pumangol

O ano de 2021 ficou marcado pela aquisição dos activos da Pumangol pela Sonangol, tais como postos de abastecime­nto, instalaçõe­s portuárias, aeroportuá­rias e postos de combustíve­is, assim como a recuperaçã­o, junto da China Sonangol, de créditos devidos à petrolífer­a nacional.

Com a operação, a Sonangol recuperou, entre outros meios, embarcaçõe­s várias, que posteriorm­ente transferiu para a tutela do Ministério dos Transporte­s, “por entendermo­s que este departamen­to ministeria­l está em melhores condições de os colocar ao serviço da população, sendo mais uma contribuiç­ão da Sonangol para facilitar e melhorar as condições de transporte no país”.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Aposta na formação e adaptação à transição energética são as metas da petrolífer­a angolana Sonangol para 2022

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