Falta de jogos preocupa técnico Vivaldo Eduardo
Suspensão da competição, refere o antigo seleccionador, tem efeito negativo na prestação das distintas selecções
A falta de legitimidade da Associação Provincial de Andebol de Luanda (APAL), cuja direcção eleita viu-lhe ser interposta uma providência cautelar, bem como a privação de jogos, preocupa o treinador do Petro de Luanda, Vivaldo Eduardo.
Em declarações ao Jornal de Angola, o treinador petrolífero, actual campeão nacional, lamenta a inexistência de um horizonte temporal para a disputa do campeonato luandense, sendo a capital angolana a principal praça da modalidade.
“A falta de jogos é um prenúncio de uma péssima temporada. Infelizmente a situação afecta a prestação das diferentes selecções. A nível interno, até à passagem de ano, treinámos dentro da normalidade. Retomamos os treinos na quartafeira, pois tivemos um ligeiro atraso, por causa dos testes da Covid-19. A época começou em Setembro e só jogámos a Supertaça. Portanto, estamos desiludidos”, disse.
Apesar do actual quadro, Vivaldo Eduardo reconhece que a providência cautelar imposta à APAL criou muitas dificuldades. Porém, na visão do técnico, há mecanismos que podem ser adoptados para driblar os transtornos.
“Por uma questão de legitimidade, a Associação de Luanda pode adoptar o mesmo funcionamento da Federação de Futebol. Por outro lado, é importante o envolvimento da Federação de Andebol, tendo em conta o interesse maior, ou seja, a modalidade”, salientou.
À semelhança da Academia - 1º de Agosto e a Casa do Pessoal do Porto do Lobito, o Petro de Luanda pretendia realizar um torneio, mas ficou sem efeito.
“Teremos um mau ano. A nível de selecções quando as coisas correm mal, apenas a equipa técnica é apontada como incumpridora dos objectivos. Mas o problema é mais profundo. Por exemplo, provavelmente as selecções de cadetes e juniores vão disputar os africanos. Depois do nacional da categoria, há quanto tempo as atletas não jogam? Se os clubes estão decididos a inverter o quadro, por que razão as instituições não o fazem? Só jogadoras de uma referida equipa vão participar na prova continental?”, questionou o treinador.
Em reacção, o presidente da FAAND, José do Amaral “Maninho” argumentou que com excepção de Luanda, nas outras províncias foram disputados os zonais e o luandense eventualmente aconteça ainda no decorrer do mês em curso.
“A providência cautelar impediu os órgãos eleitos de tomarem posse. Segundo a lei, o elenco cessante pode continuar a exercer funções até à resolução do problema. O assunto já dura há dois anos. Se em Angola existisse um Tribunal Arbitral do Desporto, talvez já estivesse resolvido, mas a realidade é outra”, esclareceu o dirigente.
De modo a dar a volta à situação, Maninho sugere que os órgãos eleitos resolvam a questão junto do Tribunal, ou a Direcção Provincial dos Desportos deve criar uma Comissão de Gestão, pois a providência cautelar já expirou.
“Realmente é preocupante e estamos a falar da principal praça do andebol. Urge a necessidade de inverter o quadro actual. A convocação de uma Assembleia-geral Extraordinária também pode ser ideal”, disse.
“Teremos um mau ano. A nível de selecções quando as coisas correm mal, apenas a equipa técnica é apontada como incumpridora dos objectivos”