Alterações impedem elevação a património da humanidade
O director
do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo e Ambiente do Namibe, Pedro Hangula, revelou que as alterações levadas a cabo pela acção humana, sobre as pinturas rupestres de Tchitundo-hulo, “engasgou” o processo de inscrição delas a património histórico da humanidade junto da UNESCO. “De acordo com um dos principais regulamentos da UNESCO, não é permitido, pois ela exige que o seu espectro arquitectónico seja preservado”, frisou.
O responsável disse que a ideia de inscrever as pinturas de Tchitundo-hulo a Património Mundial da Humanidade passa por se conseguir alguma verba que permita a sua preservação e sustentabilidade. “Infelizmente não há recursos, por isso é que se luta para que seja elevado a património histórico da humanidade”, salientou.
Pedro Hangula disse estar em curso, a nível da província do Namibe, a elaboração de um Plano de Educação e Cultura, que visa o envolvimento dos turistas e das comunidades indígenas, para um melhor tratamento das pinturas rupestres de Tchitundo-hulo. “Acreditamos que, num futuro muito próximo, poderemos reverter esta situação”, garantiu.
As pinturas e gravuras do Tchitundu-hulu perto de Virei, na província de Namibe, no Sudoeste de Angola, são uma das melhores colecções de obras de arte pré-históricas do mundo, retratando animais, reais e míticos, plantas e círculos concêntricos pensados para representar o sol e as estrelas. As imagens das pessoas não são figuras alongadas como outras na África, mas seres sólidos de ombros largos com cabeças redondas. Situadas nas duas cavernas da grande Colina Sagrada de Mucuísses, as pinturas e gravuras de Tchitundohulo ou A Colina da Alma foram datadas de 2600 anos até à Idade da Pedra e são consideradas obra das comunidades de caçadores-colectores ovatwa que habitavam esta região até depois da década de 1960, expressando os elementos essenciais do seu sistema de pensamento e crença.