Conservação dos traços traducionais é uma divisa
O 8 de Janeiro, dia consagrado à Cultura Nacional, está a ser celebrado, em mais um ano, em meio a pandemia da Covid-19, um cenário que tem acarretado inúmeras dificuldades aos fazedores das mais diferentes artes da classe artística. No Huambo, o apelo é de mais apoio, por parte das instituições afins, para se levar avante os projectos e preservar a tradição.
O músico Estanislau Kapingãla, de pseudónimo “Tio Hossi”, sublinha que esta data deve servir de
“reflexão do crescimento da cultura e dos desvios que tem estado a sofrer com o passar do tempo” assegurando que “temos uma matriz cultural e identidade própria” pelo que se torna necessário que se saiba mais sobre a nossa tradição.
A riqueza cultural do país, disse, é muito grande e tem de ser bastante trabalhada para a conservação dos traços tradicionais, para que esse conhecimento se estenda às gerações vindouras. “O ministério e os fazedores de cultura devem trabalhar de mãos dadas para dar mais dignidade cultural ao país.”
Atanagildo Paulo, escritor e músico, considera que a cultura suplanta qualquer disciplina artística, por ser algo relevante à vida de cada pessoa e um património que dá vida ao ambiente social. “Na nossa realidade, a cultura tem sido, no seu conceito, muita subjectiva. Precisamos reforçar a importância que ela tem, para ser traduzida numa estratégia de implementação na vida prática das pessoas.”
A cultura é, para além da música, literatura, dança, teatro, artes plásticas, um processo de identidade e deve merecer, defende, mais importância enquanto instrumento de socialização, contribuindo para melhorar e preservar os valores identitários do povo.