A visão do Presidente
A entrevista dada pelo Presidente da República, João Lourenço, na quinta-feira a alguns órgãos de comunicação social foi oportuna, necessária e proveitosa na medida em que serviu para esclarecer muitos assuntos e sobretudo reafirmar o compromisso da governação para com os projectos em curso.
É sempre salutar quando, de tempos em tempos, e em função de factores que “obrigam” a uma comunicação ao mais alto nível, independentemente do formato, por via do qual o Presidente da República se disponibiliza a responder perguntas e interagir com a comunicação social.
De uma maneira e fruto das perguntas formuladas pelos órgãos de comunicação presentes através dos seus profissionais, o Chefe de Estado esteve bem ao abordar temas candentes da vida política, económica e social do país. É a visão do Presidente enquanto Titular do Poder Executivo que permitiu passar em revista assuntos relevantes da actualidade.
E a conjuntura actual, conforme anotado pelo Chefe de Estado, está a ser profundamente marcada pelo impacto da Covid-19 e as suas variantes na sociedade angolana.
“A economia angolana sofreu bastante com dois golpes bastante duros e disse muito bem. Um deles, a baixa do preço do barril do petróleo no mercado internacional, durante anos a fio, e, mais recentemente, com as consequências da pandemia da Covid-19 que paralisaram a economia mundial. Portanto, a economia mundial, não apenas a angolana, sofreu um golpe bastante rude, muito severo mesmo”, disse o Presidente da República.
Em todo o caso e à semelhança do que se passou com numerosos países um pouco por todo o mundo, as autoridades angolanas viramse também confrontadas com a necessidade de ensaiar um conjunto de medidas para mitigar os efeitos da Covid-19, diligências essas que, como notamos hoje, dependem também dos modelos comportamentais quando se tratam da adesão aos testes e às vacinas.
Foi bom ver o Presidente a reafirmar o compromisso de reduzir a presença do Estado na economia, uma realidade que de resto urge acelerar, atendendo aos grandes desafios relacionados com a diversificação da economia e da criação de postos de trabalho, em que os privados deverão ter uma palavra a dizer.
O país continua a envidar esforços no sentido de melhorar, cada vez mais, o ambiente de investimentos, quer nacionais, quer estrangeiros, numa altura em que o contexto é ao mesmo tempo desafiador, por força da realidade causada pela pandemia, mas igualmente tentador para os investidores, em função da realidade económica actual de Angola.
Há dias, uma das conhecidas agências de notação de risco classificou positivamente a “saúde” da vida económica e financeira angolana, rotulando-a de estável, uma espécie de certificação que os mercados financeiros e os investidores em geral gostam de ouvir falar. E é bom que assim seja, razão pela qual podemos dizer que desde a componente política, económica e social, uma das coisas importantes que sobressaiu da entrevista com o Presidente foi a ideia de estabilidade e boas perspectivas segundo a visão do Mais Alto Magistrado da Nação.