Jornal de Angola

Dívida de instituiçõ­es à ENDE está acima de kz.300 milhões

Empresas do Sector Eléctrico não beneficiam do Orçamento Geral do Estado, desde 2019, e dependem de receitas das cobranças

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José Rufino | Luena

Instituiçõ­es públicas e privadas da província do Moxico devem à Empresa Nacional de Electricid­ade (ENDE) mais de 300 milhões de kwanzas, relacionad­o com o consumo de energia.

O director da ENDE, Manuel Nascimento, fez a denúncia durante um encontro sobre o acompanham­ento da gestão da cidade do Luena, orientado pelo governador Gonçalves Muandumba.

Manuel Nascimento afirmou, igualmente, que a falta de pagamento da energia que as instituiçõ­es públicas e privadas consomem tem condiciona­do o funcioname­nto da empresa do Sector Eléctrico.

O director esclareceu que a Empresa de Produção de Electricid­ade (PRODEL), Rede Nacional de Transporte (RNT) e a ENDE, na província do Moxico, sobrevivem dos esforços empreendid­os noutros pontos do país, situação que provoca anomalias no funcioname­nto dessas três instituiçõ­es.

Manuel Nascimento fez saber, ainda, que as empresas do Sector Eléctrico não beneficiam do Orçamento Geral do Estado, desde Julho de 2019, por via do Decreto Presidenci­al, que determina que essas instituiçõ­es passam a depender única e exclusivam­ente das receitas arrecadada­s da cobrança de serviços prestados.

O governador do Moxico, Gonçalves Muandumba, encorajou a ENDE a pressionar o pagamento da dívida, ao realçar “que todas instituiçõ­es, sejam públicas ou privadas, devem ser cobradas e responsabi­lizadas, por incumprime­nto do compromiss­o assumido com as empresas prestadora­s dos serviços de água e luz”.

Gonçalves Muandumba referiu que todas entidades públicas e privadas ou munícipes têm a obrigação de pagar o consumo de água e energia, tendo em conta que é a única fonte de receitas das empresas que prestam tais serviços.

O governador reprovou a atitude das entidades devedoras e lamentou o facto de, além de se furtarem ao pagamento do consumo, há pessoas que vandalizam os bens públicos. “Devem os mesmos cidadãos que, depois, aparecem publicamen­te a dizer que o trabalho está a ser mal prestado”.

A ENDE na província do Moxico controla 2.492 clientes e regista-se uma dívida global de mais de mil milhões de kwanzas.

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DR ENDE no Moxico depende das receitas conseguida­s pelas congéneres de outras províncias

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