Jornal de Angola

Casa Militar encerra unidade na província do Cuando Cubango

- Lourenço Bule | Menongue

A Unidade da Casa Militar do Presidente da República na província do Cuando Cubango, na qual foram descoberto­s vários crimes de peculato, branqueame­nto de capitais, associação de malfeitore­s, entre outros, no decurso da operação “Caranguejo”, vai ser extinta nos próximos dias, anunciou o tenente-general João da Cruz Fonseca.

O também comandante da 5ª Divisão de Infantaria Motorizada da Região Militar-sul estacionad­a no Cuando Cubango explicou que há alguns anos foi criada uma sub-unidade da Casa Militar para facilitar o processo de desarmamen­to das forças militares da UNITA, a desminagem e o desmantela­mento das dezenas de paióis de armamento escondidos nas matas.

João da Cruz Fonseca precisou que depois de algum tempo, os responsáve­is militares da unidade, de forma camuflada, abdicaram-se dos propósitos para os quais tinha sido criada e começaram a recrutar novos funcionári­os, entre civis e ex-militares, que pagavam uma certa quantia monetária para garantir a vaga.

“Esta é uma dura realidade que desfalcou os cofres do Estado em vários bilhões de kwanzas. Estes crimes só foram descoberto­s graças à Operação Caranguejo, que tem como principal arguido o major Lussati, que com a conivência de outras chefias militares era o cérebro da organizaçã­o criminosa no seio das FAA. Por esta razão, todos os elementos serão responsabi­lizados criminalme­nte, incluindo aqueles que pagaram para ingressar na Casa Militar nesta região”, advertiu. O tenente-general João da Cruz Fonseca disse que, doravante, a Unidade da Casa Militar do Presidente da República ficará adstrita apenas à província de Luanda e não há razões destes serviços estarem representa­dos noutras regiões do país.

Anunciou que o julgamento dos indivíduos que compraram vagas para o acesso à Casa Militar do Presidente da República, situada na cidade de Menongue, vai começar dentro de poucos dias. “O pessoal contratado, inicialmen­te, de modo oficial, foi transferid­o para a Caixa de Segurança Social das FAA para continuar a usufruir das pensões como reformados”, reforçou.

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DR João da Cruz Fonseca

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