Espaços públicos
Vivemos tempos em que as transgressões contra o ambiente começam a assumir uma dimensão de verdadeiros crimes que precisam de respostas urgentes do Estado. Falou-se em tempos sobre a possibilidade dessas transgressões e crimes passarem a ser criminalizados pelo Estado. Julgo que precisamos de entrar para um período de aprendizagem para nos adaptarmos todos a uma nova fase. Urge uma larga campanha de sensibilização e educação ambiental para que as comunidades aprendam a encarar as questões ambientais como um desafio de todos os dias. Se as populações aprenderem a viver os problemas ambientais com as mesmas preocupações da água e luz, para sobreviverem com alguma comodidade, não há dúvidas de que muitas das situações que incidem, inclusive, na saúde das pessoas acabam superados. Não se pode aceitar que as pessoas continuem a queimar o lixo a céu aberto como forma de eliminar os resíduos sólidos, muitas vezes, com componentes misturados. Devemos aprender a viver com a consciência de que até ali onde haja sujidade ou lixo não nos dá o direito de pensar que podemos aumentar ou agravar. Deitar papéis ao chão ou quaisquer outros objectos depois de utilizados e descartados deve causar alguma repulsa nas nossas consciências. Enterrar o lixo, como muitos fazem, deve dar lugar a novas abordagens que se enquadrem no contexto actual, relacionado com formas mais sustentáveis de lidar com o lixo. Depois de um período de sensibilização e educação, é preciso que se passe para uma fase de penalização contra os crimes ambientais. Não podemos continuar a viver situações que podem ser evitadas, nomeadamente transformar os espaços que deviam ser preservados como locais para degradação. Até deitar papéis no chão devia ter lugar a multas, em minha opinião. De outra maneira, vamos continuar a assistir a casos em que determinadas áreas, mesmo sendo varridas e limpas, acabam sempre sujas por causa das pessoas que passam e deixam restos de comida ou objectos utilizados. Para terminar, gostaria de felicitar os funcionários das operadoras de limpeza por desempenharem um papel sem o qual a cidade estaria em situação ainda pior.
MADALENA COSTA Ramiros