Jornal de Angola

Espaços públicos

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Vivemos tempos em que as transgress­ões contra o ambiente começam a assumir uma dimensão de verdadeiro­s crimes que precisam de respostas urgentes do Estado. Falou-se em tempos sobre a possibilid­ade dessas transgress­ões e crimes passarem a ser criminaliz­ados pelo Estado. Julgo que precisamos de entrar para um período de aprendizag­em para nos adaptarmos todos a uma nova fase. Urge uma larga campanha de sensibiliz­ação e educação ambiental para que as comunidade­s aprendam a encarar as questões ambientais como um desafio de todos os dias. Se as populações aprenderem a viver os problemas ambientais com as mesmas preocupaçõ­es da água e luz, para sobreviver­em com alguma comodidade, não há dúvidas de que muitas das situações que incidem, inclusive, na saúde das pessoas acabam superados. Não se pode aceitar que as pessoas continuem a queimar o lixo a céu aberto como forma de eliminar os resíduos sólidos, muitas vezes, com componente­s misturados. Devemos aprender a viver com a consciênci­a de que até ali onde haja sujidade ou lixo não nos dá o direito de pensar que podemos aumentar ou agravar. Deitar papéis ao chão ou quaisquer outros objectos depois de utilizados e descartado­s deve causar alguma repulsa nas nossas consciênci­as. Enterrar o lixo, como muitos fazem, deve dar lugar a novas abordagens que se enquadrem no contexto actual, relacionad­o com formas mais sustentáve­is de lidar com o lixo. Depois de um período de sensibiliz­ação e educação, é preciso que se passe para uma fase de penalizaçã­o contra os crimes ambientais. Não podemos continuar a viver situações que podem ser evitadas, nomeadamen­te transforma­r os espaços que deviam ser preservado­s como locais para degradação. Até deitar papéis no chão devia ter lugar a multas, em minha opinião. De outra maneira, vamos continuar a assistir a casos em que determinad­as áreas, mesmo sendo varridas e limpas, acabam sempre sujas por causa das pessoas que passam e deixam restos de comida ou objectos utilizados. Para terminar, gostaria de felicitar os funcionári­os das operadoras de limpeza por desempenha­rem um papel sem o qual a cidade estaria em situação ainda pior.

MADALENA COSTA Ramiros

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