Alargado o recolher obrigatório e fronteiras fechadas até Fevereiro
A Guiné Equatorial vai alargar o horário do recolher obrigatório para entre as 19:00 e as 7:00 e estender o fecho das fronteiras até Fevereiro para controlar a propagação de casos de Covid-19.
De acordo com um Decreto com data de 7 de Janeiro, o número de casos subiu significativamente nas últimas semanas e levou as autoridades a endurecer as medidas de restrições de movimentos.
"Desde o mês de Outubro de 2021, conseguimos superar a terceira vaga e mantivemos a pandemia sob controlo até ao início das festividades natalícias, mas, novamente, a 27 de Dezembro, detectámos uma subida dos casos positivos, que passaram de 11 diários para mais de 150 até 7 de Janeiro, com um total acumulado de 450 novos casos em sete dias. Pela situação, constata-se que o país está a enfrentar a quarta vaga, na qual é importante destacar que há um aumento de crianças infectadas", lê-se no Decreto.
"Este aumento de casos deve-se, entre outras razões, pelo incumprimento sistemático da quarentena por uma franja importante da população nas fronteiras terrestres e aéreas, assim como por um relaxamento generalizado das medidas de prevenção durante as festividades natalícias e na passagem do ano", acrescentase ainda no Decreto.
Para combater a subida de casos, o Decreto alarga o horário do recolher obrigatório para entre as 19:00 e as 7:00, quando até agora era imposto o dever de recolhimento entre as 23.00 e as 6:00.
Os voos internacionais continuam proibidos, a não ser para os charter e com uma autorização prévia expressa e mesmo nestes as autoridades obrigam a que todos os passageiros façam testes PCR, na altura da compra e do embarque, e tenham comprovativo de vacinação.
"Continuam suspensos os voos internacionais das companhias aéreas que operam na República da Guiné Equatorial, com excepção dos voos
charter devidamente autorizados pela autoridade de Saúde competente, com efeito a partir do dia 7 de Janeiro até dia 7 de Fevereiro", lê-se no Decreto.
Motivado especificamente "pelo perigo que causa a aparição da nova variante Ómicron", as autoridades obrigam a uma quarentena num hotel durante cinco dias para os viajantes que chegam ao país pelas fronteiras terrestres e domiciliares, às expensas dos próprios, e fica proibida a quarentena domiciliar, com excepção do pessoal diplomático.
O transporte público e privado de passageiros entre distritos e províncias fica limitado a 50%, exigindo-se apenas o certificado de vacinação, mas para quem viaja entre as cidades de Bata, na parte continental do país, e Malabo (na Ilha de Bioko), já é preciso não só a vacinação, mas também um certificado de teste com o máximo de 48 horas, apontase ainda no Decreto.
Segundo dados do Centro Africano para Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC), organismo da União Africana, a Guiné Equatorial registava, até sábado passado, um total de 14.401 casos de infecção pelo coronavírus SARS-COV-2 e 177 mortes associadas à Covid-19, desde o início da pandemia.
Ómicron e Gama
As variantes Ómicron e Gama da doença provocada pelo novo coronavírus estão a circular na Guiné-bissau, segundo os resultados preliminares de estudos de sequenciação do genoma, disse ontem fonte do Alto Comissariado para a Covid-19.
“Estes são os resultados preliminares que dão indicações da existência da variante Ómicron, mas continuamos a ter a outras variantes identificadas em outros exercícios de sequenciação, nomeadamente, a Delta”, disse o secretário do Alto Comissariado para a Covid-19, o médico guineense Plácido Cardoso.
Os estudos de sequenciação do genoma estão a ser realizados pelo laboratório da Universidade Jean Piaget e pelo laboratório Nolab, em colaboração com o Instituto Pasteur em Dacar.