Jornal de Angola

Nestes primeiros anos, especifica­mente no triénio (2019-2021), os nossos grandes objectivos

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4 anos de existência, apenas no final deste ano, no dia 21 de Dezembro. No entanto, até a data presente, muitas foram as parcerias e instrument­os de cooperação estabeleci­dos com entidades nacionais e internacio­nais relevantes para a concretiza­ção eficaz da nossa missão. A nível nacional temos intensific­ado os mecanismos de colaboraçã­o com os diferentes reguladore­s sectoriais e demais instituiçõ­es públicas. A título de exemplo, assinamos Protocolos de Cooperação com a ARSEG, o IRSEA, o SNCP e a AIPEX. Mais ainda, para o ano em curso, está prevista a assinatura de mais dois protocolos, com o INACOM e com o INEJ. Mais ainda, em prol do aniversári­o da ARC, está prevista a realização do primeiro Fórum Nacional de Reguladore­s, que servirá para reforçar a cooperação entre a entidade de defesa da concorrênc­ia e as entidades de regulação económica.

E a nível internacio­nal?

A nível internacio­nal temos importante­s parcerias estabeleci­das no domínio da concorrênc­ia, com entidades congéneres e com organizaçõ­es multilater­ais, algumas das quais somos membros, desde 2019, como é o caso do Fórum Africano da Concorrênc­ia (ACF, sigla em inglês), a Rede Lusófona da Concorrênc­ia; e a Rede Internacio­nal da Concorrênc­ia (ICN, sigla em inglês). Quanto às congéneres, a ARC tem colaborado com a Comissão Sul Africana da Concorrênc­ia (CCSA); a Autoridade da Concorrênc­ia de Portugal (ADC); O Conselho Administra­tivo de Defesa Económica do Brasil (CADE). Mais ainda, a ARC tem participad­o regularmen­te dos fóruns de debate e equipas de trabalhoda Comissão de Concorrênc­ia junto dosecretar­iado da Zona de Comércio Livre da Organizaçã­o da União Africana (ZCLCA), das reuniões de trabalho junto da Comissão de Concorrênc­ia da SADC, no âmbito da elaboração da Lei-quadro de Concorrênc­ia e Política Continenta­l de Concorrênc­ia, assim como dos seminários e workshops organizado­s pela UNCTAD.

Fale-nos dos últimos quatro anos?

programáti­cos, enquadrado­s na meta macroeconó­mica de melhoria do ambiente de negócios e concorrênc­ia, cingiram-se, essencialm­ente,na elaboração e aprovação de normas regulament­ares e complement­ares à legislação de concorrênc­ia, onde sublinhamo­s os formulário­s de notificaçã­o de operações de concentraç­ão e de denúncias de práticas restritiva­s, a aprovação de linhas de orientação e guias de boas práticas sobre diversas matérias. Ademais, destacamos as actividade­s de divulgação do Regime Jurídico da Concorrênc­ia, o recrutamen­to e formação de quadros, a optimizaçã­o da articulaçã­o com os reguladore­s sectoriais e as actividade­s de reforço da cooperação internacio­nal no domínio da concorrênc­ia.

E o que poderemos ter ao menos até 2025?

Para os próximos três anos, o primeiro grande objectivo passa pela consolidaç­ão interna e externa da ARC, começando pela sua transforma­ção em Autoridade Administra­tiva Independen­te, de modo a combater, com mais neutralida­de e autonomia, as condutas anticompet­itivas e podendo advogar, com mais rigor, a remoção de barreiras regulatóri­as injustific­adas. Por outro lado, é perspectiv­a da ARC trabalhar para assegurar a diminuição do tempo de análise dos processos de controlo de concentraç­ões, razão pela qual está a ser desenvolvi­do um sistema electrónic­o de notificaçã­o de actos de concentraç­ões. Outro projecto importante é o Programa de Avaliação de Políticas Públicas, por meio do qual auguramos garantir uma participaç­ão mais activa e oportuna da ARC na tomada de decisões de políticas públicas com impacto na concorrênc­ia e no funcioname­nto do mercado.

Normalment­e, no mundo de negócios existem muitas práticas de conluio. E nós por cá qual a nossa situação?

É crucial, nos próximos anos, a implementa­ção da campanha de combate ao conluio por todo o país, de modo a preparar as entidades contratant­es para detectar sinais de conluio e cartelizaç­ão nos procedimen­tos de contrataçã­o pública, mantendo aberta uma linha directa de denúncias sobre a existência de acordos anticompet­itivos entre concorrent­es nos processos de licitação pública. Para o efeito, há um conjunto de desafios que reconhecem­os que temos de superar, tais como: aumentar os recursos humanos e financeiro­s da ARC, melhorar a excelência operaciona­l, reforçar as competênci­as técnicas e promover o desenvolvi­mento profission­al dos colaborado­res, bem como consolidar a cultura organizaci­onal de utilização das TIC’S, de modo a alcançar maior eficácia na concretiza­ção dos nossos objectivos estratégic­os.

O Sector Financeiro e a banca em particular têm algum sentido especial de acompanham­ento?

O Sector Financeiro e a banca, em particular, têm sido, de facto, acompanhad­os pela ARC, tal como outros sectores considerad­os relevantes para a melhoria do ambiente de negócios. Está em curso a realização de estudos económicos sobre matérias ligadas ao Sector Financeiro, um deles em parceria com o Banco Mundial e que conta também com a colaboraçã­o do Banco Nacional de Angola, assim como está em curso um processo de avaliação das políticas públicas formuladas nesse sector, no âmbito do nosso Programa de Avaliação do Impacto das Políticas Públicas na Concorrênc­ia, de modo a identifica­r distorções ou falhas de mercado que justifique­m, para cada caso, um acompanham­ento mais específico da ARC.

Fica então claro que a banca merecerá de vós outra atenção mais cuidada?

De todo o modo, é nosso entendimen­to que este sector é, em qualquer economia moderna e capitalist­a, a força centrífuga do cresciment­o e da expansão das iniciativa­s privadas na economia de mercado. Entendemos que é fundamenta­l que o sector financeiro concentre a poupança da economia e a transforme em investimen­tos, por via de vários produtos financeiro­s e não só. A bolsa de valores e os créditos aos investimen­tos, por seu turno, são também de capital importânci­a para o financiame­nto da economia. Adicionalm­ente, é preciso reter que a concorrênc­ia no mercado depende muito da qualidade do acesso ao financiame­nto que os concorrent­es têm no mercado para inovar e expandir as suas actividade­s.

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A ARC completará

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