PAIGC aceita participar num Governo presidencialista
O PAIGC vai integrar, “em princípio”, o Governo de iniciativa presidencial, que está a ser formado na GuinéBissau, disse, quarta-feira, à Lusa, o dirigente do partido, Manuel dos Santos.
“Nós viemos aqui no sentido de ajudar a preparar a formação do Governo de iniciativa presidencial, que vai acontecer dentro de alguns dias. O PAIGC vai participar, e m pr i ncípio no novo Governo”, afirmou o também conhecido “comandante Manecas”. O dirigente do PAIGC falava aos jornalistas no final de um encontro com o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, que na semana passada dissolveu o Parlamento, marcou legislativas antecipadas para 18 de Dezembro e reconduziu no cargo o Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, e o vice-primeiro-ministro, Soares Sambu. “A décima legislatura acabou. Vamos preparar a 11ª e, portanto, nós temos de estar presentes nessa preparação, vai haver eleições e nós temos de estar presentes e o Governo é que prepara isso tudo”, acrescentou Manuel do Santos.
Questionado sobre se o PAIGC impôs condições para a s ua p a r t i c i pação no Governo, Manuel dos Santos disse que “isso fica para depois”, remetendo para mais tarde mais explicações sobre esta integração no Executivo de iniciativa presidencial.
O PAIGC venceu as legislativas de Março de 2019, sem maioria absoluta, e formou um Governo de coligação com a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-bissau (APU-PDGB), União para a Mudança e Partido da Nova Democracia.
A APU-PDGB acabaria por abandonar a coligação e juntar-se à oposição no apoio à candidatura de Umaro Embaló às presidenciais que decorreram no final de 2019. Na sequência da sua tomada de posse, Umaro Sissoco Embaló demitiu o Governo do PAIGC e formou um outro com o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-g15), Partido de Renovação Social (PRS), APU-PDGB, e vários movimentos que apoiaram a sua candidatura na segunda volta das presidenciais.
O PAIGC tem tecido fortes críticas ao Chefe de Estado guineense, acusando-o de não respeitar a Constituição e o Estado de Direito e de interferência nos assuntos internos do partido.