Putin acusa Ocidente de“roubo” de bens russos
Chefe de Estado russo discursou por videoconferência na sessão plenária do Fórum Económico da Eurásia, que decorre em Bishkek, no Quirguistão
DETIDO NA TURQUIA LÍDER EXTREMISTA DO ESTADO ISLÂMICO
O líder do grupo extremista Estado Islâmico (EI), Abu Ibrahim al Qurashi, foi detido na cidade de Istambul, Turquia, noticiou, ontem, o portal de notícias turco Odatv. De acordo com o 'media' turco, a detenção ocorreu na semana passada, no âmbito de uma operação internacional que foi preparada em segredo. Durante a detenção, foram recuperadas informações relevantes sobre o grupo, segundo o portal, citado pelas agências internacionais. O portal Odatv afirma que o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Ergogan, anunciará nos próximos dias a detenção e dará mais pormenores sobre a mesma. Abu Ibrahim al Qurashi estava a ser vigiado há vários dias. A detenção do líder jihadista foi feita por uma unidade de agentes antiterrorismo, na casa onde vivia em Istambul. Qurashi foi eleito como novo líder do EI em Março passado, depois do grupo ter confirmado a morte de Abu Ibrahim al Hashimi al Qurashi a 3 de Fevereiro, num ataque norte-americano no Noroeste da Síria.
CHINA DESMENTE INTENÇÃO DE MONTAR BASE MILITAR NAS ILHAS SALOMÃO
O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, garantiu, ontem, que o seu país “não tem a intenção” de construir uma base militar nas Ilhas Salomão, referindo-se a um pacto de segurança que vai ser assinado entre os dois países. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês rejeitou as preocupações de vários países, em particular da Austrália e dos Estados Unidos, que temem que este acordo permita a Pequim instalar uma presença militar no arquipélago.
O pacto é “irrepreensível, honesto e com integridade”, assegurou Wang. Wang Yi chegou ontem às Ilhas Salomão, no início de um périplo por oito países do Pacífico Sul, que inclui Timor-leste, uma iniciativa que originou especulações sobre as ambições de Pequim. O governante vai tentar obter o apoio de 10 pequenas nações do Pacífico para um acordo abrangente, que cobre temas desde política de segurança a direitos de pesca. Um esboço desse acordo, a que a agência Associated Press teve acesso, revela que a China quer expandir a cooperação na área da justiça e no âmbito da segurança “tradicional e não tradicional”.
O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou, ontem, o Ocidente de “roubo” dos bens russos congelados e confiscados durante a ofensiva militar da Rússia na Ucrânia, avisando que nada de bom virá de tais medidas.
“A violação de regras e regulamentos no campo das finanças e do comércio internacional não leva a nada de bom. E, em termos simples, só trará problemas a quem o fizer”, afirmou, durante uma intervenção por videoconferência na sessão plenária do Fórum Económico da Eurásia, que decorre em Bishkek, no Quirguistão.
“O roubo de act i vos alheios nunca trouxe nada de bom a ninguém, especialmente àqueles que estão envolvidos nesse negócio indecoroso”, reiterou Putin.
As palavras do Presidente russo foram ditas dois dias depois de a Estónia, a Letónia, a Lituânia e a Eslováquia terem pedido aos seus parceiros da União Europeia (UE) que usem os cerca de 300 mil milhões de euros em activos do Banco Central da Rússia congelados na s equência das sanções impostas a Moscovo para financiar a reconstrução da Ucrânia.
Nesse dia, a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, afirmou, no Fórum Económico de Davos (Suíça), que a UE “não deve deixar pedra sobre pedra” - inclusive, se possível, usando os activos russos congelados - no seu percurso para ajudar a Ucrânia “a renascer das cinzas”.
Além disso, a CE apresentou, na quarta-feira, propostas para confiscar os bens de multimilionários russos que tentam violar as sanções europeias, por exemplo, movendo os seus iates para fora da UE ou mudando a propriedade dos bens.
O comissário europeu da Justiça, Didier Reynders, acrescentou ainda que a UE tem incentivado os países a transferir os valores dos activos apreendidos para um fundo que ajude as vítimas da guerra na Ucrânia.
“É impossível isolar a Rússia”
Vladimir Putin avisou, ontem, que é “impossível isolar a Rússia”, referindose às sanções contra o seu país por causa da ofensiva militar na Ucrânia, e sublinhou que nenhum “polícia global” travará a sua independência.
“É claro que entendemos as enormes vantagens tecnológicas (...) de estar dentro das economias desenvolvidas. Não vamos desistir delas. Eles querem tirar-nos de lá. Mas, no mundo de hoje, isso é irreal, impossível", disse Putin, durante o discurso por vídeo para o Fórum Económico da Eurásia, que decorre em Bishkek, capital do Quirguistão.
O Presidente russo sublinhou que “ninguém conseguirá i s ol ar a Rússia”, criticando os países ocidentais por quererem que todos os outros “partilhem dos seus pontos de vista”.
Putin enfatizou que desconsiderar os interesses de outros países na arena política e de segurança “leva ao caos e provoca crises económicas”.
O líder russo explicou que nas economias desenvolvidas, nos últimos 40 anos, não se registaram os actuais níveis de inflação, enquanto o desemprego aumenta, lembrando que “as crises globais estão a agravar-se em áreas tão sensíveis como a alimentar”.
Putin denunciou que o Ocidente está a tentar “conter e enfraquecer” os países que procuram o seu próprio rumo.
“Nenhum 'polícia global' será capaz de travar este processo de desenvolvimento. (...) Não há forças que lhe sejam suficientes e, devido a problemas internos, perderão a vontade de o fazer”, argumentou Putin.
Sobre a saída de algumas empresas estrangeiras do mercado russo, Putin disse que esse cenário até pode ser positivo.
“Muitos dos nossos parceiros na Europa anunciaram a sua saída. Se olharmos para as empresas que estão a sair... até talvez seja melhor assim”, ironizou o líder do Kremlin.
As mais recentes multinacionais a deixarem o mercado russo foram a loja de roupas britânica Marks & Spencer, a cadeia de 'fast food' Mcdonald's, a seguradora Zurich ou a marca automóvel Renault.
Cerca de 1.000 empresas estrangeiras deixaram o mercado russo nos três meses de intervenção militar russa na Ucrânia, segundo cálculos da imprensa russa.
Só em Moscovo, há mais de 300 empresas estrangeiras que cessaram as actividades, segundo o Gabinete do Presidente da Câmara.
“A violação de regras e regulamentos no campo das finanças e do comércio internacional não leva a nada de bom. E, em termos simples, só trará problemas a quem o fizer”