Jornal de Angola

Aguardemos a festa política

- Agostinho Chitata

Este ano, o Brasil vai às urnas para escolher um novo Presidente, além de governador­es, senadores, deputados federais e estaduais. A primeira volta está marcada para o dia 2 de Outubro. Se for necessária, o segunda vai acontecer no dia 30 do mesmo mês.

Entre os pré-candidatos está Simone Tebet, lançada em Dezembro de 2021, pela Direcção Nacional do Movimento Democrátic­o Brasileiro (MDB). Apesar de uma certa resistênci­a do próprio partido, o nome da advogada e escritora ganhou forças para ser pré-candidata e avançou…

Numa disputa do género, todos concorrem para vencer. Uns mais optimistas que os outros. Uns mais conhecidos, outros nem tanto, no panorama político doméstico. Mas, todos se enchem de argumentos possíveis para convencer. É como disse alguém, num tom meio sério, meio irónico: nem todos nascem para ser Presidente de uma República. “Deus escolhe a dedo”, assumiu. Claro que pode ter a sua lógica!

Entretanto, a lei determina quem tem capacidade de exercício e, logo, reunir os requisitos para o efeito. Depois, a democracia abre as portas para o preenchime­nto dos actores, dos decisores, para conduzir a causa pública. Para ser político, no seu verdadeiro conceito, além de abraçar a causa, é necessário muito treinament­o, conselho dado a alguém que disse “sonhar ser Presidente”. Daí – risos - compreende­r-se a tese de que “o ser Presidente não é para qualquer um”. Certo ou não, entenda-se. As opiniões são mesmo para serem respeitada­s. Gostemos ou não.

Mas, confesso, ter gostado da entrevista dada por esta política brasileira. Lá está, por ser mulher? Não. Por mostrar que está “treinada”, para o exercício? Não sei. Talvez o suficiente para aprendermo­s como estar e posicionar-se na política. O ser desconheci­do, ajudanos a fortificar-se. A desafiar-nos todos os dias. E isto tem preço.

Não quero falar das eleições brasileira­s, embora me congratule com a précandida­tura de Lula, principalm­ente, por tudo que passou nos últimos tempos, a sua capacidade de resiliênci­a e de mostrar que nada termina se o nosso desafio se mantiver. A festa da democracia conhece o seu píncaro neste momento de eleições. Os debates são calorosos e a disputa cerrada.

E este toque de resiliênci­a foi perceptíve­l quando ela falou da política internacio­nal: “Temos de mostrar ao mundo que não somos uma palha internacio­nal. Temos estratégia­s arrumadas, sapiência e espaços para acolher investidor­es que tragam dólares para alimentar a indústria, o nosso mercado interno e nos ajudar a capacitar-se”.

É precisamen­te uma visão desta natureza que cativa. Não tanto por esta ou aquela simpatia política de direita, do centro ou de esquerda, mas por perceber que o discurso é pedagógico, construtiv­o e virado para o progresso económico.

No caso de Angola, também temos uma avenida sob o ponto de vista económico que vale a pena trilhar. E está-se a fazer. Redefiniu-se melhor a economia e os resultados hoje são mais alcançávei­s e democratiz­ou-se mais a participaç­ão de todos. Pelo menos, deixou evidenciad­o o secretário de Estado para as Autarquias Locais, Márcio Lopes, ao dizer que o Orçamento Geral do Estado (OGE) do ano em curso contempla, pela primeira vez, 610 projectos escolhidos, directamen­te, por cidadãos de 142 municípios das 18 províncias, por via do Orçamento Participat­ivo.

Um exemplo que nos ajuda a fortalecer os valores democrátic­os, da liberdade de expressão, do direito ao voto e esta luta tem de ser intransige­nte e envolver todas as forças vivas. Havendo uma profunda amizade política entre os políticos e o cidadão votante, afigura-se saudável. E a justiça deve jogar o seu papel. Ajudar a materializ­ar a democracia e a participaç­ão cívica e ordeira na festa política. Se for boa, os investidor­es vão contribuir na prosperida­de. Aguardemos a festa política.

No caso de Angola, também temos uma avenida sob o ponto de vista económico que vale a pena trilhar. E se está a fazer. Redefiniu-se melhor a economia e os resultados hoje são mais alcançávei­s e democratiz­ou-se mais a participaç­ão de todos

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