Em Agosto de 2022 – Uma abordagem sobre o actual panorama político angolano
Após o calar das armas no ano de 2002, solenemente foi assinado o Memorando de Entendimento entre o Governo Angolano e a UNITA, a paz e a reconciliação nacional tornaram-se uma realidade e os irmãos desavindos perdoaram-se mutuamente, abraçando a sã convivência na base do respeito, da tolerância e do civismo.
Com as consequências das transformações políticas ocorridas em Angola, regularmente realizam-se eleições para a escolha do Presidente da República, do Vice-presidente da República e dos Deputados a Assembleia Nacional.
A CNE enquanto órgão independente que organiza, executa, coordena e conduz os processos eleitorais em Angola, aprovou o slogan para o próximo pleito eleitoral, Eleições Gerais de 2022: Vota pela paz, democracia e desenvolvimento.
Nos termos do n.º2 do artigo 112º da Constituição da República, “as eleições gerais realizam-se preferencialmente, durante a segunda quinzena do mês de Agosto do ano em que terminam o mandato do Presidente da República e dos Deputados a Assembleia Nacional, cabendo ao Presidente da República definir essa data”.
As formações políticas têm organizado os seus actos de pré-campanha, preferencialmente aos sábados para a conquista de um eleitorado que é maioritariamente jovem e feminino, uns com estratégias assertivas e profissionais, as outras nem por isso.
Este texto descambaria no vazio se não ousasse fazer prognósticos,precisa de maior liberdade para abordar sobre isso, mas, terá todo o cuidado, pois, a linha que separa a parcialidade da imparcialidade é muito ténue.
A medida que nos aproximamos ao mês de Agosto, começa a ser mais evidente que João Lourenço encontra-se melhor posicionado em relação aos outros concorrentes e, isto tem um peso significativo no sentido de voto das angolanas e dos angolanos.este indicador não é obra do acaso, é o fruto da coragem e determinação aquando da implementação de reformas estruturantes que garantem a estabilidade no desenvolvimento económico, social e harmónico do Estado angolano.
Dizia o Professor Universitário Fernando Manuel em entrevista a ANGOP, “os desafios de João Lourenço enquanto Presidente da República e líder do MPLA não são nada fáceis. (…) embora tenha encontrado o país numa bancarrota sem precedentes na sua história económica, João Lourenço conseguiu devolver aos angolanos um sentimento de esperança, pois fez coisas que antes eram impensáveis.(…) João Lourenço serviu-se da célebre frase, segundo a qual “Ninguém é suficientemente rico que não possa ser punido e ninguém é pobre demais que não possa ser protegido”, conseguiu reforçar os órgãos de Justiça, impulsionou o combate a impunidade, a corrupção e fez valer o Estado Democrático e de Direito, onde, baseando-se na Constituição, os partidos políticos e a sociedade civil passaram a ser tidos e achados. Estamos perante um líder moralizador da sociedade e, acima de tudo, liberal, com quem os angolanos passaram a contar”.
Apesar da indiscutível relevância do papel dos partidos políticos da oposição para o fortalecimento do Estado Democrático e de Direito, o estudo do comportamento da oposição angolana ainda envolve uma série de desafios no seio académico, se for levado em conta que a sua razão de ser se manifesta, entre outros aspectos, na capacidade de influenciar as politicas públicas, seja na aprovação de leis e projectos, ou seja, na apresentação de um programa alternativo credível, em detrimento de se acobertar aos slogans ou linhas de força vazias de conteúdos.
Quando um partido político concorrente durante os 30 dias que antecede o dia do escrutínio, não consegue preencher os tempos de antena de rádio e televisão com materiais propagandística, é uma clara demonstração de ociosidade política e falta de visão estruturante para a gestão do país. Infelizmente é um cenário que contrasta com os eloquentes discursos, para os mais atentos, este cenário revela muito bem o que está por detrás do pensamento ideológico e estratégico de alguns políticos angolanos.
Os partidos políticos, os candidatos, militantes e simpatizantes dos partidos políticos, órgãos da comunicação social, forças da ordem pública, eleitores, membros das assembleias de voto, observadores e delegados de listas serão os verdadeiros protagonistas do jogo, independentemente do resultado nas urnas, porém, recomenda-se o fair play e a adotação de uma postura cívica e moral conforme emana a Constituição da República, a lei e as regras de sã convivência social.
Ninguém entra em campo para perde em democracia quem perde não perde tudo, o mesmo se aplica para os que vencem.os períodos eleitorais são potenciadores de condutas contrárias à lei e às regras democráticas. Precisamos de líderes políticos de punho firme com discurso forte de paz e estabilidade, independentemente dos resultados.
Não é nada pessoal. Não estou a fazer qualquer exercício de descarte.não é preciso antipatizar para descartar. Pode-se descartar reconhecendo as virtudes do outro, sim. O jogo político não precisa necessariamente ser um reality show de apontar defeitos do adversário e ganhar apenas na perda do outro, não precisa ser um concurso de miss ao contrário.
Acho sinceramente que o mais importante do que ser anti é ser pró. É muito mais interessante se conectar a um partido político e ao seucandidato pelolaço de afinidade com o seu povo, pelo garante a estabilidade, da paz e do desenvolvimento do que apenas para marcar posição contra um “outro lado”. Porque, no final de tudo quando for eleito não governará para metade do País ou para os seus apoiantes. Seráo Presidente de Angola e não de ANGO-OLA.
Ninguém entra em campo para perdere em democracia quem perde não perde tudo, o mesmo se aplica para os que vencem.os períodos eleitorais são potenciadores de condutas contrarias à lei e às regras democráticas. Precisamos de líderes políticos de punho firme com discurso forte de paz e estabilidade, independentemente dos resultados