Jornal de Angola

Angola defende mecanismos eficazes contra golpes de Estado

Chefe de Estado condenou veementeme­nte as mudanças inconstitu­cionais de governo ocorridas em vários países do continente e sublinhou que os golpes de Estado constituem o “recuo significat­ivo” relativame­nte aos ganhos políticos, económicos sociais e em mat

- Diogo Paixão | Malabo

O Presidente da República, João Lourenço, considera que não deve haver vacilação na condenação e na tomada de medidas que desencoraj­em e inviabiliz­em o funcioname­nto de Governos que se constituír­am com recurso à força militar.

Ao discursar na Cimeira da União Africana sobre o Terrorismo, Mudanças Inconstitu­cionais de Governo e Extremismo Violento, o Chefe de Estado angolano condenou “veementeme­nte” as mudanças inconstitu­cionais de governo que tiveram lugar em vários países do continente.

J o ã o L o ure nço, q u e orientou o evento, na ausência do presidente da organ i z a ç ã o , Macky S a l l , sublinhou que os golpes de Estado constituem um recuo significat­ivo relativame­nte aos ganhos políticos, económicos sociais e em matéria de estabilida­de.

“É importante que coloquemos uma atenção muito particular a essa questão de mudanças anticonsti­tucionais de Governos em África, para que, perante a indiferenç­a, o silêncio e a passividad­e, esses acontecime­ntos não adquiram um carácter de normalidad­e que podem contagiar, estimular e generaliza­r esta prática no nosso continente”, referiu.

João Lourenço defende que sempre que acontecer alguma mudança inconstitu­cional do poder, independen­temente de haver ou não derramamen­to de sangue, as organizaçõ­es regionais competente­s e a União Africana devem reunir de emergência e tomarem medidas extraordin­árias que obriguem ao regresso imediato da ordem constituci­onal no país em causa. realidade de cada um dos nossos países, pode ser replicado noutros pontos do nosso continente sobre os quais pairam conflitos de natureza diversa, que funcionam como rastilho para a deflagraçã­o da confrontaç­ão militar que se observa actualment­e no nosso continente”, sugeriu.

O Chefe de Estado sublinhou que tem sido com base nos factos bem sucedidos na história recente de Angola que o país tem procurado, no quadro da Conferênci­a Internacio­nal sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) e de outras organizaçõ­es regionais, desempenha­r um papel efectivo e impulsiona­dor do diálogo na região e na África Central, mais precisamen­te na República Centro Africana, onde se podem constatar avanços significat­ivos embora ainda insuficien­tes no processo de apaziguame­nto interno.

Antes do início da sessão, João Lourenço teve encontros com o antigo Chefe de Estado nigeriano Olusengu Obassanjo e com o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO | MALABO Chefes de Estado da União Africana estiveram reunidos em Malabo para abordar o terrorismo e as mudanças inconstitu­cionais

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