Terrorismo aumenta a fome e pobreza
O Presidente
da República, João Lourenco, afirmou, ontem, em Malabo, Guiné Equatorial, que o terrorismo em África é responsável por um número elevado de mortes, mutilações, deslocados e refugiados, além de aumentar a fome e a pobreza no continente.
Ao discursar na Cimeira da União Africana dedicada ao terrorismo, mudanças inconstitucionaisdegovernoe extremismo violento, João Lourenço sublinhou que este fenómeno afugenta o investimento privado, estimula a imigração dos jovens africanos para outros continentes, ameaçando o desenvolvimento de África.
“Perante esta realidade, temos que procurar realizar um esforço conjunto e concertado, no sentido de nos mobilizarmos com os meios de que dispomos e com a capacidade material ao nosso alcance, para fazermos face a esta grave situação de segurança de dimensão continental”, referiu.
João Lourenço pediu aos Chefes de Estado para que saíssem do evento com consenso a respeito de comportamentos e actos que se enquadram na definição de terrorismo e golpe de Estado, de modo a se evitar ambiguidades e hesitações na hora de agir.
O Chefe de Estado reconheceu que, em tempos mais recentes, os esforços de muitos países do continente revelaram uma dinâmica e um poderio que se mostraram capazes e bastante eficazes, no quadro de uma acção coordenada para frenar a expansão do terrorismo no Corno de África, na região do Sahel, no Lago Tchad, na parte Leste da RDC e em Moçambique, onde as acções terroristas tiveram maior expressão.
O Presidente da República defendeu maior controlo das fronteiras, de forma a torná-las menos porosas e susceptíveis de gerar um contexto que facilite a circulação e a movimentação de grupos extremistas.
“Se o que mencionei antes se pode enquadrar num conjunto de factores externos que originam o problema que estamos a debater nesta conferência, não é de modo algum negligenciável proceder-se a reflexões sérias e profundas sobre as razões internas que, em muitos casos, levam ao desencadeamento do terrorismo, da instabilidade, da insegurança e da desorientação das populações que se tornam vulneráveis e aceitam facilmente mensagens e ideias que são, no fundo, contrárias aos seus próprios interesses”, referiu.