Administradora prevê dias melhores
A administradora
municipal de Cabinda, Berta Buca Marciano, disse que a antiga Vila Amélia registou um crescimento exponencial, quer na construção de novas infra-estruturas de impacto socioeconómico, quer na sua estrutura demográfica, tendo agora com mais de 600 mil habitantes.
Apesar disso, reforçou, a procura por serviços básicos pelos munícipes é bastante e a administração local vê-se a braços para conseguir distribuir esses serviço de forma abrangente a todas as populações.
Apesar da entrada em funcionamento do novo sistema de tratamento de água de SassaZau, com capacidade de produzir 51.840 metros cúbicos de água/dia, o processo de distribuição é ainda deficitário, admitiu a administradora.
Informou que 15 mil novos consumidores já beneficiam do projecto ao nível da cidade de Cabinda e bairros periféricos, enquanto nas áreas onde o projecto de Sassa Zau não chega serão feitos cerca de 50 furos para distribuir água ao domicílio dos utentes.
A distribuição de energia eléctrica também regista um défice. Berta Marciano garante que, tão logo entre em funcionamento a nova turbina a gás, em montagem na Central Térmica de Malongo, vai ajudar a mitigar o problema.
Adiantou a existência de um projecto de construção, a longo curso, de novas centrais eléctricas no município, uma das quais será instalada na comuna de Tando-zinze, que vive sérios problemas de abastecimento de energia, devido à dependência com grupos geradores como fontes alternativas.
“A comuna, às vezes, fica muito tempo sem luz eléctrica devido ao elevado custo dos combustíveis e da manutenção dos grupos geradores. Tudo isto acarreta custos elevados. Temos também problemas na zona sul, sobretudo na regedoria do Ntó, onde não existe nenhuma fonte de produção de energia”, disse.
Projectos do PIIM
No Plano Integrado e de Intervenção nos Municípios (PIIM), o município de Cabinda tem escrito 46 projectos diversos ligados à construção e ampliação de infraestruturas escolares, centros de saúde, a construção de uma nova morgue, com 30 gavetas para a conservação de corpos, um mercado de peixe, iluminação pública, sistemas de abastecimento de água, dentre outros.
No sector da Educação, o destaque vai para a construção do novo magistério, com 20 salas de aula e laboratórios, bem como outros empreendimentos que vão permitir o ingresso de mais alunos no sistema de ensino.
“Para melhorar a nossa qualidade de ensino, temos que aprimorar as metodologias e a formação técnica daqueles que têm a responsabilidade de lidar com o ensino primário”, defendeu, queixando-se ainda da falta de mais estabelecimentos de ensino técnico para engajar a juventude em diversas artes e ofícios, facilitando, assim, o seu ingresso no mercado de emprego.
Na área da saúde, o combate às doenças endémicas como a malária, a principal causa de mortes, no município, está associado à melhoria do saneamento básico, com a recolha de lixo, quer na urbe, quer na preferia, para deixar a cidade com uma imagem acolhedora e digna de um postal de visitas da província.
O estado deplorável das vias secundárias e terciárias nos bairros e a existência de 54 ravinas catalogadas são os factores que condicionam a livre circulação de pessoas e bens entre várias localidades.
A administradora municipal anunciou, ainda este ano, a reabilitação da via que liga São Pedro à aldeia do Yabi, numa extensão de cerca de 12 quilómetros. Em relação às ravinas, admitiu que tanto a administração municipal, como o governo provincial, não têm capacidade técnica e financeira para solucionar o problema.
Berta Marciano admitiu, igualmente, que a criminalidade continua a registar números preocupantes para um município que alberga mais de 80% dos habitantes da província.
“Temos um alto índice de criminalidade, praticado sobretudo pelos estrangeiros que aqui vivem ilegalmente. A imigração ilegal é outro mal que enferma o município, devido à vulnerabilidade das fronteiras com os países vizinhos. Há uma invasão diária de estrangeiros para o território nacional”, lamentou.
Propôs às autoridades afins que se faça um registo dos estrangeiros para se conferir a quantidade e onde estão localizados ao nível do município. “As vezes, (os estrangeiros ilegais) metem-se em actividades ilícitas, venda de terrenos e estupefacientes, usurpam poderes e povoam as aldeias abandonadas”, exemplificou.