Nyusi reconhece que grupos armados estão condicionados
No discurso de abertura da reunião do Comité Central da Frelimo, Filipe Nyusi reconheceu o êxito do combate ao terrorismo em Cabo Delgado
O Presidente moçambicano disse, sexta-feira, que a acção dos grupos armados que actuam na província de Cabo Delgado está agora limitada a “ataques esporádicos”, afastando a tentação de “discursos triunfalistas” no combate ao terrorismo, apesar dos “progressos”. Segundo a Lusa, Filipe Nyusi falava na abertura da quinta sessão ordinária do Comité Central da Frelimo, partido no poder e do qual é líder.
As Forças de Defesa e Segurança (FDS), apoiadas pela “força local” - um grupo de milícias - e pelas forças governamentais da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do Rwanda, após sucessivos desaires, têm estado a registar progressos contra o terrorismo e a permitir o regresso gradual das populações às zonas de origem e a reposição de serviços básicos como vias de acesso, escolas, hospitais, serviços administrativos e financeiros.
Apesar da “redução da incidência dos ataques terroristas”, não se pode embarcar num “discurso triunfalista” na luta contra os grupos armados”, destacou o Chefe de Estado moçambicano. Filipe Nyusi assinalou que o país deve continuar a apostar no aumento da sua capacidade de defesa contra as ameaças à segurança, mesmo contando com parceiros internacionais na guerra em Cabo Delgado.
“Por o u t r o l a d o , d eve investir-se no desenvolvimento social e económico da província e da região Norte”, sublinhou.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo g r upo ext re mista Estado Islâmico, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de quatro mil mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.
Desde Julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais, com o apoio do Rwanda e da SADC, permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes.