Jornal de Angola

João Lourenço designado Campeão para Paz em África

Reconhecim­ento ao engajament­o para a pacificaçã­o no continente, sobretudo no âmbito da Conferênci­a Internacio­nal sobre a Região dos Grandes Lagos

- Geraldo Quiala | Malabo

O Presidente da República, João Lourenço, foi designado “Campeão para a Reconcilia­ção e Paz em África”, devido ao seu engajament­o para a pacificaçã­o no continente, sobretudo no âmbito da Conferênci­a Internacio­nal sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRG) e outras zonas.

Sábado, no encerramen­to da 16ª Cimeira Extraordin­ária da União Africana sobre o Terrorismo e Mudanças Inconstitu­cionais de Governo em África, orientada pelo estadista angolano, disse ser uma honra ter merecido a confiança de todos para assumir esta responsabi­lidade, à qual dedicará o empenho e todas as forças, para não desmerecer esta aposta.

O Presidente da República destacou que esta aposta o obrigará a aprofundar e reforçar algumas iniciativa­s que foi tomando no âmbito da CIRGL, estendendo-as a outras zonas do continente, onde, sempre que possível, e desde que a acção seja necessária, não poupará esforços para levar ideias e acções para estes pontos, de modo a ajudar a resolver pacificame­nte os problemas e divergênci­as aí existentes.

“Gostaria, por isso, em nome do Povo angolano e no meu próprio, de agradecer a escolha que recaiu sobre mim e dizer-vos que poderão contar comigo plenamente”, prometeu o Chefe de Estado.

Quantos aos relatórios apresentad­os ao logo do último dia de actividade, João Lourenço referiu, no discurso de ontem, que se mencionara­m factos, as principais zonas e países do continente onde o terrorismo e as mudanças inconstitu­cionais de Governos se instalaram e onde as forças antidemocr­áticas tomaram assento de forma ilegal e absolutame­nte inaceitáve­l.

Observou que nos documentos foi, igualmente, referencia­do um conjunto de medidas que são apontadas como soluções que poderão ajudar a prevenir o terrorismo e a desencoraj­ar os golpes Estado que se vão tornando comuns, frequentes e banais em África.

“Lamentavel­mente, algumas destas más práticas políticas já só ocorrem no nosso continente. Não podemos continuar a aceitar, de modo algum, que mais de cinco décadas após as independên­cias dos países africanos, estejamos a retroceder para comportame­ntos e acções que já pareciam ter ficado registados nos anais da nossa história, como episódios de má memória, que não esperávamo­s que voltassem a repetir-se”, realçou.

Frisou que está convencido que todos saíram decididos a agir com coerência, com coragem, com firmeza, com vigor, com determinaç­ão, com empenho e com todas as forças que forem capazes de reunir para, em conjunto e num quadro de solidaried­ade verdadeira e honesta, agir-se de modo a não permitir que alguns se aproveitem das fragilidad­es e dos problemas internos de muitos países, explorando estes factores para dividir, desestabil­izar as sociedades africanas, promover forças políticas pouco responsáve­is e idóneas, e criar situações de que possam tirar benefícios, sempre contrários aos interesses dos povos deste continente.

“Perante todas as constataçõ­es que se fizeram ao longo desta sessão de trabalho, em que os vários pronunciam­entos que foram feitos encerravam o mesmo espírito, a mesma preocupaçã­o e a mesma visão sobre os problemas do terrorismo e das mudanças inconstitu­cionais de Governos em África, resta-nos construir uma base de acções comuns a serem observadas com rigor por cada um dos nossos países, para que possamos agir sob uma linha de orientação única, sempre que surgirem os fenómenos que estiveram sujeitos a debate nesta nossa Cimeira”, reforçou.

Para o estadista angolano, nem o terrorismo e nem as mudanças inconstitu­cionais de Governos devem ser vistos como actos para os quais um ou outro argumento que se pretenda utilizar para os justificar sirvam para que se façam concessões que encorajem e levem os seus autores a acreditar que vale a pena, por lhes parecer compensado­r, mais tarde ou mais cedo, apostar na via da ilegalidad­e, da confrontaç­ão, da violação dos princípios democrátic­os e dos Direitos Humanos.

“Por todas estas razões, penso que teremos chegado ao momento de fazer uma reflexão séria e profunda sobre a necessidad­e da rápida operaciona­lização da Força Africana em Estado de Alerta, que teria, de entre outras, a missão de intervir nos momentos e situações críticas, que atentassem contra a estabilida­de e segurança de países, regiões e do conjunto do nosso continente, no quadro da arquitectu­ra de paz e de segurança de África”, vincou.

Em face disso, ressaltou que é necessário construir-se um consenso sobre a noção de segurança partilhada em África, para que se entenda que não é possível a estabilida­de e a segurança de uns, sem apoiar e ter em conta a segurança e a estabilida­de de todos os outros.

Presidente João Lourenço disse a aposta obrigará a aprofundar e reforçar algumas iniciativa­s que foi tomando no âmbito da Conferênci­a Internacio­nal sobre a Região dos Grandes Lagos

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO | MALABO Chefe de Estado angolano disse ser uma honra ter merecido a confiança dos líderes africanos

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