O nosso “campeão”
A busca pela paz, segurança e estabilidade em África assemelha-se a um verdadeiro campeonato, com várias equipas e diferentes jogadores, entre países e líderes que se engajam pessoalmente na busca daquelas variáveis vitais, uma competição em que as armas privilegiadas precisam de continuar a ser o diálogo, a concertação, cedências e concessões.
Sem prejuízo para o uso da força militar, uma espécie de ultima ratio dos Estados na preservação da inviolabilidade das fronteiras, dialogar, concertar e estar preparado para fazer concessões e cedências, como defendeu o Presidente João Lourenço, na16ª Cimeira Extraordinária da União Africana sobre o Terrorismo e Mudanças Inconstitucionais de Governo em África, por si orientada, devem ser as ferramentas privilegiadas.
E neste campeonato em busca da paz, estabilidade e reconciliação, o empenho pessoal do Presidente da República foi reconhecido ao ponto da outorga do merecido título de “Campeão para a Reconciliação e Paz em África”, um reconhecimento que orgulha a todos os africanos em geral e muito em particular aos angolanos
Apresentando a experiência de Angola, o trabalho aturado no seio da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), de que presidente em exercício, o Chefe de Estado angolano “convidou” os homólogos a um importante exercício introspectivo sobre a realidade actual do continente.
“Lamentavelmente, algumas destas más práticas políticas já só ocorrem no nosso continente. Não podemos continuar a aceitar, de modo algum, que mais de cinco décadas após as independências dos países africanos, estejamos a retroceder para comportamentos e acções que já pareciam ter ficado registados nos anais da nossa história, como episódios de má memória, que não esperávamos que voltassem a repetir-se”, lembrou na altura João Lourenço, enquanto “chairman” da 16ª Cimeira Extraordinária da União Africana sobre o Terrorismo e Mudanças Inconstitucionais de Governo em África.
O importante, tal como constatado pelo presidente em exercício da CIRGL, as lideranças africanas presentes no Centro de Conferências de Sipopo, na cidade de Malabo, alinharam no mesmo diapasão, ao dizer que “os vários pronunciamentos que foram feitos encerravam o mesmo espírito, a mesma preocupação e a mesma visão sobre os problemas do terrorismo e das mudanças inconstitucionais de Governos em África”, tendo adiantado que “resta-nos construir uma base de acções comuns a serem observadas com rigor por cada um dos nossos países, para que possamos agir sob uma linha de orientação única, sempre que surgirem os fenómenos que estiveram sujeitos a debate nesta nossa Cimeira”.
Os desafios estão lançados e acreditamos que os líderes africanos presente em Malabo saíram da referida cidade com uma agenda comum para lidar as questões humanitárias, com as ameaças do terrorismo e para lidar com as mudanças inconstitucionais de Governos democraticamente eleitos.
Auguramos que haja compromisso de todos os africanos para que, neste campeonato, continuem a apoiar o nosso “campeão da paz e reconciliação”. Bem haja África