Uíge está sem combustível
A cidade do Uíge tem registado escassez de combustível nas bombas, há três semanas, oito meses depois de ter passado pela mesma situação, causando sérios embaraços aos utentes de viaturas, moto-taxistas e aos dependentes de geradores de energia eléctrica.
Os gestores das bombas de combustíveis da Sonangol e Pumangol recusaramse a falar sobre as razões da falta de combustíveis na cidade do Uíge e na vila do Negaje, insuficiência que já estimula a subida dos preços nos mercados informais.
Um funcionário da estação de armazenamento de combustíveis da Sonangol, na cidade do Uíge, disse que a escassez tem a ver com a fraca capacidade do processamento do novo sistema de abastecimento do centro. “O sistema para abastecer camiões e distribuir nas bombas está muito lento e caso não seja melhorado o mais rápido possível, a situação pode piorar mais”, realçou a fonte.
Enquanto isso, todos os postos de abastecimento de combustível registam a falta do produto. Os poucos que conseguem atraem longas filas de viaturas, motorizadas e de pessoas com recipientes.
Pedro Pires Cardoso, um automobilista que faz a via Luanda/uíge, mostrou-se surpreendido com a escassez de combustível, um cenário distante ao da capital do país. “Cheguei aqui de madrugada, com a necessidade de regressar em menos de 24horas, mas estou impedido de o fazer, porque não tenho certeza se será possível abastecer a viatura”, disse o automobilista, com semblante de fadiga.
Um reservatório de gasolina de 20 litros, que antes valia 4.000 kwanzas, está a ser adquirido por 6.000, enquanto a mesma quantidade de gasóleo é vendida entre 4.500 e 5 mil kwanzas, motivando, também, a subida do preço dos transportes públicos e táxis, que passaram para 250 kwanzas, o bilhete de passagem, ao contrário dos anteriores 150, apenas para circulação no interior da cidade do Uíge.
Numa ronda que o Jornaldeangola efectuou, notou-se que a situação também afectou os transportes públicos intermunicipais, que reduziram o fluxo regular, aumentando a procura.
O taxista Domingos Veríssimo Kalamono justificou a subida da corrida com as dificuldades que estão a passar nas bombas e o preço alto do combustível no mercado informal. “Estamos a viver dificuldades, pois, para trabalhar temos de perder meio- dia à procura de combustível, motivando a alteração do preço do táxi”, disse.