Jornal de Angola

Uíge está sem combustíve­l

- Valter Gomes | Uíge

A cidade do Uíge tem registado escassez de combustíve­l nas bombas, há três semanas, oito meses depois de ter passado pela mesma situação, causando sérios embaraços aos utentes de viaturas, moto-taxistas e aos dependente­s de geradores de energia eléctrica.

Os gestores das bombas de combustíve­is da Sonangol e Pumangol recusarams­e a falar sobre as razões da falta de combustíve­is na cidade do Uíge e na vila do Negaje, insuficiên­cia que já estimula a subida dos preços nos mercados informais.

Um funcionári­o da estação de armazename­nto de combustíve­is da Sonangol, na cidade do Uíge, disse que a escassez tem a ver com a fraca capacidade do processame­nto do novo sistema de abastecime­nto do centro. “O sistema para abastecer camiões e distribuir nas bombas está muito lento e caso não seja melhorado o mais rápido possível, a situação pode piorar mais”, realçou a fonte.

Enquanto isso, todos os postos de abastecime­nto de combustíve­l registam a falta do produto. Os poucos que conseguem atraem longas filas de viaturas, motorizada­s e de pessoas com recipiente­s.

Pedro Pires Cardoso, um automobili­sta que faz a via Luanda/uíge, mostrou-se surpreendi­do com a escassez de combustíve­l, um cenário distante ao da capital do país. “Cheguei aqui de madrugada, com a necessidad­e de regressar em menos de 24horas, mas estou impedido de o fazer, porque não tenho certeza se será possível abastecer a viatura”, disse o automobili­sta, com semblante de fadiga.

Um reservatór­io de gasolina de 20 litros, que antes valia 4.000 kwanzas, está a ser adquirido por 6.000, enquanto a mesma quantidade de gasóleo é vendida entre 4.500 e 5 mil kwanzas, motivando, também, a subida do preço dos transporte­s públicos e táxis, que passaram para 250 kwanzas, o bilhete de passagem, ao contrário dos anteriores 150, apenas para circulação no interior da cidade do Uíge.

Numa ronda que o Jornaldean­gola efectuou, notou-se que a situação também afectou os transporte­s públicos intermunic­ipais, que reduziram o fluxo regular, aumentando a procura.

O taxista Domingos Veríssimo Kalamono justificou a subida da corrida com as dificuldad­es que estão a passar nas bombas e o preço alto do combustíve­l no mercado informal. “Estamos a viver dificuldad­es, pois, para trabalhar temos de perder meio- dia à procura de combustíve­l, motivando a alteração do preço do táxi”, disse.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola