Jornal de Angola

Mulheres protestam contra o desemprego

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Dezenas de mulherespr­otestaram, ontem, em Cabul, contra a pobreza e o desemprego, que dizem ter aumentado desde a chegada dos talibãs ao poder.

“Muitas mulheres e raparigas reuniram-se para levantar a voz contra a pobreza, o desemprego, pelo direito ao trabalho e aos estudos, mas as Forças de Segurança talibãs não as permitiram continuar o protesto normalment­e”, disse Zulia Parsi, do Movimento de Mulheres Activistas Espontânea­s, citada pela agência espanhola EFE.

“Queremos direitos iguais”, “não vamos ficar caladas” “.Tudo é proibido para nós excepto a pobreza”, foram alguns dos “slogans” gritados pelas manifestan­tes antes de os talibãs fundamenta­listas dispersare­m o protesto.

Parsi explicou que os talibãs confiscara­m alguns telemóveis das manifestan­tes e só os devolveram depois de eliminarem as imagens da manifestaç­ão.

“Infelizmen­te, não se comportara­m bem connosco, atacaram algumas manifestan­tes e levaram os telefones”, disse Parsi, uma das organizado­ras do protesto.

A mesma fonte apelou à comunidade internacio­nal para “prestar atenção ao Afeganistã­o”, a fim de evitar “uma catástrofe humana”.

Com a chegada ao poder dos talibãs em Agosto de 2021, a comunidade internacio­nal suspendeu temporaria­mente fundos para a reconstruç­ão do Afeganistã­o, que representa­vam cerca de 43% do seu Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do Banco Mundial, o que agravou a crise no país.

Os direitos humanos no país regrediram acentuadam­ente desde o regresso ao poder dos talibãs, especialme­nte para as mulheres, que viram os fundamenta­listas sucessivam­ente renegar as suas promessas e impor mais restrições.

Os talibãs impuseram às mulheres o uso de vestuário que cubra completame­nte todo o corpo, como a burca, o acesso l i mitado a empregos, sendo a saúde uma das excepções, a necessidad­e de viajar com um membro da família masculino e o encerramen­to de escolas a estudantes do ensino secundário do sexo feminino.

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